TAP mantém três voos semanais para Moçambique – Tripulantes descansam em Joanesburgo

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A TAP Air Portugal confirmou na sexta-feira, dia 20 de dezembro, que manterá a sua operação regular entre o Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, e o Aeroporto Internacional de Maputo, na capital de Moçambique, com três voos semanais, mas as tripulações passaram a pernoitar na cidade de Joanesburgo, na República da África do Sul, onde os aviões passaram a ser reabastecidos.

Estas alterações permanecerão em vigor, sem data para alteração, enquanto o clima de tensão política provocada pela não aceitação, por parte da oposição, dos resultados das eleições presidenciais se verificar na capital moçambicana, confirmou a empresa aérea portuguesa.

Numa resposta escrita transmitida à agência portuguesa de notícias ‘Lusa’, a TAP afirmou que “os voos entre Lisboa e Maputo passarão a incluir uma escala técnica em Joanesburgo para reabastecimento e troca de tripulação”.

Segundo a fonte, os tripulantes dos voos Lisboa-Maputo-Lisboa vão descansar em Joanesburgo. A aeronave regressará a Lisboa com uma nova tripulação que já descansou em Joanesburgo. A escala em Maputo verifica-se no voo de ida, sem saída das tripulações do avião, que desembarcará e embarcará os passageiros e carga transportados.

Quando questionada se estas alterações serão temporárias ou permanentes, considerando a possibilidade de novos protestos a partir desta segunda-feira, dia 23 de dezembro, altura em que o Conselho Constitucional anunciou os resultados oficiais das eleições gerais de 9 de outubro, a empresa respondeu apenas que “a operação continuará nestas condições”.

Preocupações de segurança e ajustes operacionais

Na quinta-feira, dia 19 de dezembro, o jornal português ‘Observador’ citou um comunicado interno da TAP assinado pelo diretor de operações de voo da companhia, Mário Bento. O memorando explica que a companhia aérea tem “acompanhado de perto a situação em Moçambique, particularmente os acontecimentos em Maputo, com base em informações confidenciais, fontes abertas, canais diplomáticos e contactos locais”.

A nota referia-se aos acontecimentos que se seguiram ao dia 27 de novembro, quando a TAP decidiu “repatriar todos os tripulantes presentes em Maputo para Lisboa e suspender temporariamente as operações para este destino”. Esta decisão deveu-se a questões de segurança, uma vez que os membros da tripulação enfrentavam frequentemente barreiras erguidas pelos manifestantes, impedindo-os de se deslocarem dos hotéis para o aeroporto.

À medida que se aproximou o anúncio dos resultados das eleições em Moçambique pelo Conselho Constitucional, com a possibilidade de protestos intensificados, a TAP aceitou alterar os alojamentos da tripulação. Esta decisão vai ao encontro das preocupações levantadas pelas associações de pessoal e pelos sindicatos, descritas como uma “medida provisória” para garantir a segurança da tripulação, segundo Bento.

Daniel Chapo proclamado Presidente da República

O Conselho Constitucional de Moçambique anunciou nesta segunda-feira, dia 23, os resultados das eleições gerais, que incluíram votações presidenciais, legislativas e provinciais, dando a vitória a Daniel Chapo (Frelimo) com uma percentagem de 65,17%. Em segundo lugar ficou Venâncio Mondlane (Podemos) com 24,19%.

Os resultados preliminares anunciados a 24 de outubro pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) declararam Daniel Chapo, apoiado pelo partido no poder Frelimo, o vencedor com 70,67% dos votos. No entanto, estes resultados carecem ainda de validação por parte do Conselho Constitucional, o árbitro final das disputas eleitorais.

Venâncio Mondlane, que ficou em segundo lugar tem apelado a greves e manifestações por todo o país. Estes protestos transformaram-se muitas vezes em violência e confrontos com a polícia.

Desde 21 de outubro, pelo menos 130 pessoas morreram em protestos pós-eleitorais em Moçambique, segundo dados da ‘Plataforma Eleitoral Decide’, uma ONG que monitoriza o processo eleitoral. A organização reportou ainda 385 ferimentos de bala, 3.636 detenções, cinco pessoas desaparecidas e mais de 2.000 manifestantes feridos até 15 de dezembro.

Embora o Conselho Consultivo tenha proclamado Daniel Chapo como 5º Presidente da República de Moçambique, é muito possível que os protestos prossigam nas ruas de Moçambique e que a oposição não aceite a proclamação, face às constantes reclamações de que os resultados foram alterados a favor do partido governamental.

LAM e Euro Atlantic Airways mantêm parceria na rota Maputo-Lisboa

Entretanto, além da TAP, as ligações aéreas de Moçambique para Portugal continuam a ser asseguradas por dois voos semanais diretos feitos pela LAM – Linhas Aéreas de Moçambique em parceria com a Euro Atlantic Airways, com aviões Boeing 777-200ER. Portanto, existe um total de cinco voos semanais entre os dois países.

O voo da TAP desta segunda-feira, dia 23 de dezembro, feito com o Airbus A330-900neo, matrícula CS-TUE, partiu de manhã de Maputo, fez escala técnica em Joanesburgo para abastecimento e troca de tripulação, e viajou direto para Lisboa, onde deverá aterrar pelas 20h30 locais.

Na imagem de abertura vemos um avião Airbus A330-900neo da TAP a aterrar no Aeroporto de Joanesburgo na semana passada numa das recentes escalas do voo Lisboa-Maputo. A imagem surpreendeu os spotters sul-africanos que desde há vários anos não viam aviões da companhia portuguesa naquele aeroporto, onde foram visitantes assíduos durante mais de quatro décadas. Foto © VB-Photography

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