A TAP reduziu a sua capacidade em 72% e o número de voos em 68% durante o mês de setembro deste ano, face a igual período de 2019, afirma o presidente executivo em exercício da companhia, Ramiro Sequeira, numa mensagem enviada aos trabalhadores.
Na missiva, a que a agência de notícias ‘Lusa’ teve acesso, o responsável refere que a transportadora vai passar a “divulgar uma ‘factsheet’ [documento com informação] operacional, numa base regular sobre o mês anterior”, tendo ainda criado “um canal na intranet sobre esta temática”.
“Este primeiro relatório inclui indicadores acumulados e realça, inevitavelmente, o impacto da evolução da pandemia, das imposições e restrições à mobilidade dos passageiros e do comportamento da procura, na ‘performance’ da TAP”, realça Ramiro Sequeira.
Assim, de acordo com a missiva, a TAP reduziu em 72% a sua capacidade (chamada ASK, ‘available seat kilometer’) em setembro de 2020, face a setembro 2019. No mesmo período, a transportadora diminuiu o número de voos em 68%, de acordo com as informações reveladas pelo atual presidente executivo da TAP.
Nos dados divulgados na ‘factsheet’, a TAP revelou ainda que a redução de capacidade abrandou, face a julho e agosto, com quedas de 88% e 75%, respetivamente.
Já a “a taxa de ocupação média global da TAP nos voos realizados entre maio e julho, após o período de paragem quase total, é de 60%, vinte pontos percentuais abaixo da taxa média global de 2019, apesar da redução na capacidade realizada”, adianta.
Ramiro Sequeira refere que “estes valores estão em linha com o estudo da IATA [sigla da Associação Internacional de Transporte Aéreo, em inglês] que observa uma taxa de ocupação de 49% nos voos internacionais e de 64% nos voos domésticos, em agosto”, recordando que a associação prevê “que o tráfego mundial caia 66% em 2020 e que valores similares aos de 2019 sejam recuperados apenas em 2024”.
O presidente da transportadora aérea portuguesa observa “com preocupação” o comportamento da procura atual, que está abaixo da dos meses de verão e “com reservas realizadas cada vez mais para o curto prazo (maioritariamente para o mês seguinte)”, garantido que a empresa terá de “continuar a adaptar” o planeamento de voos “a esta nova dinâmica do mercado”.
“A este cenário apenas será exceção o período das festas de fim de ano, durante o qual planeamos estar dimensionados para o ligeiro aumento da procura esperado”, assegura.
Ramiro Sequeira diz ainda que a transportadora subscreveu apelos internacionais “para a adoção de medidas globais e coordenadas de testagem, pelos diversos países, que permitam maior segurança na reserva e realização de viagens, e estimulem uma mobilidade das pessoas com maior confiança”.
“O mais recente estudo da IATA vem comprovar o quão seguro é viajar de avião; o risco de contrair a doença é de um caso para 27 milhões de passageiros, sendo que, desde o início de 2020, apenas se identificaram 44 potenciais casos de contágio a bordo”, garante.
O presidente da TAP não revelou detalhes sobre o plano de reestruturação da companhia, que está a ser elaborado pela empresa norte-americana ‘Boston Consulting Group’ (BCG), mas promete dar conta, aos trabalhadores, “do seu estado” e mantê-los “envolvidos no mesmo, na medida da dimensão do contributo de cada um”.