Quando soubemos que se avizinhava uma operação histórica de marketing da TAP na nossa ilha, não houve que hesitar. Compra imediata de bilhete ida e volta, TP1676 na 6ª feira à tarde, com regresso no TP1671 “TAP Retro”, no total apenas 13h fora de aeroportos. Já há muito que tínhamos o CS-TOV debaixo de olho mas não havia maneira segura de comprar bilhete para estreá-lo.
Ao mesmo tempo, “vozes” de Toulouse anunciam entrega massificada dos novos A330-900 a partir do 3º trimestre, e a consequente saída dos A330-300 ex-Singapore Airlines (SQ) no ano que vem. Há dois meses atrás, num dia de atrasos na Madeira, a TAP escalou o CS-TOV para escoar passageiros, soube com 1h30 de antecedência, mas só consegui meter-me no voo da tarde, operado com a mesma tripulação, mas com um A330-200. Foi a primeira vez que a TAP levou um A330-300 à Madeira, até aí apenas tinha presenteado a Air Luxor e LTU / Air Berlin com essa máquina. O A319 CS-TTN “Camilo Castelo Branco” levou-nos para a capital do Império na tarde do dia da Criança. Em Lisboa o show começa cedo, às 8h30 de sábado. O check-in do TP1671 fez-se nos balcões 69-89 com cartaz TAP retro atrás. Tínhamos check-in online feito – não fosse overbooking deitar por terra este sonho – mas fomos ao balcão TAP Premium ter com a “família TAP”. Ao lado um “cacto” apontava as distâncias, com duas “hospedeiras” (ná altura não havia assistentes de bordo”) a trajar “retro” e a entregar belíssimos certificados, postais e etiquetas para as malas. Na porta de embarque recebemos coletes refletores TAP para podermos andar pela placa com o resto da “família TAP”, entre os quais alguns ilustres madeirenses, de grande gabarito profissional. A tripulação posava na escada com as fardas desenhadas pelo estilista francês Louis Féraud, entre os quais um copiloto e uma “hospedeira” (hoje não era A/B) conterrâneos. Depois subimos a escada – sempre “breath taking” num voo com widebody – e de perto vimos a inscrição “Transportes Aéreos Portugueses” na fuselagem e o nome de batismo “Portugal” na barriga vermelha do nariz, a emular o saudoso 747-200. A primeira vez que andei de avião foi num Boeing 727 da TAP em 1979, ainda com estas cores.
Ao chegar a bordo encontramos uma excelente cabine, ex-SQ, com imensas prendas deixadas nos assentos: bordado Madeira (da Bordal) para garrafas, ammenity kit com desenhos de casinhas de Santana e Mercado dos Lavradores do Funchal, meias coloridas, mala de senhora da época, o Diário de Notícias da Madeira com capa Retro também. Gastronomicamente foi um inverosímil e espetacular momento: bolo de mel (Discover Madeira Islands), sandes de bolo do caco, e melhor que tudo Brisa Maracujá! Que mais uma pessoa pode querer do que fazer um brinde com Brisa a 35000 pés? Nos sacos de ofertas encontravam-se elementos publicitários do turismo na Madeira, e alusão à comemoração dos 600 anos da Descoberta da Madeira. Pouco depois do meio dita aterrávamos suavemente na pista 23, “vigiados” pelo exército de spotters regional e muitos outros curiosos.
Desembarque rápido e autocarro da Groundforce (nome comercial da empresa TAP Serviços Portugueses de Handling) para o terminal. Tempo ainda para ir aos balcões de check-in ver o placard “retro”, e apanhar a saída de regresso a Lisboa na varanda.
Um momento a nunca esquecer, e de parabéns está a família TAP, as diversas entidades madeirenses que promovem o nosso destino turístico inteligente, e todos os outros entusiastas que se conhecem e unem nestes momentos.