Os voos domésticos em Cabo Verde movimentaram mais de 20.800 passageiros em junho passado, o valor mensal mais elevado desde o início da pandemia de covid-19, segundo dados da Agência de Aviação Civil (AAC) compilados pela agência portuguesa de notícias ‘Lusa’.
De acordo com informação da agência que regula o setor da aviação civil na República de Cabo Verde, em junho registou-se um movimento global de 41.653 passageiros em voos domésticos, em embarques e desembarques, nos quatro aeroportos internacionais e três aeródromos do país. Como cada passageiro é contado no embarque e no desembarque (aeroportos diferentes), trata-se de um movimento equivalente a 20.826 passageiros em voos domésticos.
Este movimento compara com os 8.230 passageiros em junho de 2021, período ainda afetado pelas restrições impostas devido à pandemia, e com os 17.142 em maio de 2022, o mês anterior à última atualização feita pela agora pela e relativa a junho.
Estes voos eram operados desde 17 de maio de 2021 apenas pela companhia angolana BestFly, em regime de concessão emergencial de seis meses atribuída pelo Governo cabo-verdiano. A partir de 24 de outubro, os aviões da BestFly passaram a operar ao serviço da TICV – Transportes Interilhas de Cabo Verde (companhia que a BestFly adquiriu em julho de 2021), terminando o regime de concessão emergencial.
Desde o início da pandemia de covid-19, em março de 2020, o movimento mensal mais elevado tinha sido registado em abril passado (18.335), agora ultrapassado pelos números de agosto.
O movimento de junho de 2022 contabilizou ainda 927 voos domésticos em Cabo Verde, contra os 403 no mesmo mês de 2021 e os 1.176 em abril de 2019 (antes da pandemia).
Evidenciando a recuperação do movimento aéreo – e da procura turística –, o total de passageiros transportados em junho passado já ultrapassou também os 19.904 transportados em março de 2020, mês já parcialmente afetado, no final, pela aplicação das medidas de restrição para travar a transmissão da covid-19.
Este movimento compara também com a ausência de ligações domésticas comerciais de abril até 15 de julho de 2020, medida adotada pelo Governo de Cabo Verde para travar a transmissão inicial da covid-19 no arquipélago.
O grupo angolano BestFly comprou 70% do capital social da TICV aos espanhóis da Binter, ficando os restantes 30% com o Estado cabo-verdiano, e concentrou as ligações aéreas domésticas apenas na TICV, que não operava voos comerciais desde 16 de maio.
Em 2020, os voos domésticos em Cabo Verde, operados então apenas pela TICV, movimentaram cerca de 125 mil passageiros, menos 286 mil (-230%) face ao ano anterior, face às restrições impostas pela pandemia de covid-19.
Em 2021, o movimento nos voos internos subiu para 143.876 passageiros.
Em 2017, os passageiros das ligações aéreas domésticas em Cabo Verde atingiram o recorde de quase 465 mil (movimento total de 929.595 embarques e desembarques), com mais de 10.200 voos.
- Foto © Inforpress – Agência Cabo-Verdiana de Notícias
