Os trabalhadores da empresa de handling Groundforce Portugal, reunidos nesta quinta-feira, dia 15 de agosto, em plenário, aprovaram a realização de uma concentração junto ao Ministério das Infraestruturas, em Lisboa, com data a definir, para entrega de um abaixo-assinado a exigir estacionamento nas zonas limítrofes aos aeroportos e devolução das multas.
Segundo explicou à agência de notícias ‘Lusa’ uma fonte da Comissão de Trabalhadores, as outras organizações representativas dos trabalhadores dos aeroportos serão agora convidadas a juntarem-se à concentração e só depois será definida uma data para realização do protesto, que deverá acontecer ainda em agosto ou setembro.
Os trabalhadores vão exigir “a suspensão da obrigatoriedade de pagamento de estacionamento nas zonas limítrofes aos aeroportos até que seja atribuído lugar de estacionamento aos trabalhadores aeroportuários”, lê-se na moção aprovada nesta quinta-feira.
Além disso, querem a devolução do pagamento das multas de estacionamento já pagas pelos trabalhadores, a maioria dos quais precários e que, nalguns casos, ultrapassam já 2.700 euros, segundo fonte da Comissão de Trabalhadores.
Os trabalhadores contestam ainda a “descapitalização da empresa nos últimos anos” e exigem aos acionistas “a devolução das reservas entregues entre 2016 e 2018 através da cativação dos lucros obtidos nos anos 2019 e 2020”.
Pretendem ainda denunciar à Procuradoria-Geral da República o pagamento de 2,2 milhões de euros “em serviços de consultadoria não documentados” à GEPASA, empresa do grupo Urbanos.
Entre as reivindicações está ainda a contratação de pessoal e investimento em equipamento “proporcionais ao crescimento de movimentos e passageiros verificados nos últimos cinco anos”.
Os trabalhadores pretendem ainda que o presidente da Comissão Executiva, Paulo Neto Leite, entregue à Comissão de Trabalhadores o Relatório Único de 2017 e de 2018 e a cópia do Contrato de Prestação de Serviços à TAP.
A Groundforce Portugal foi privatizada em 2003, em resultado da separação da unidade de Operações em Terra do Grupo TAP, que ainda detém 49,9 por cento do capital da empresa de handling portuguesa que reivindica para si cerca de 60% do mercado no conjunto dos cinco aeroportos nacionais em que está presente: Lisboa, Porto, Faro, Madeira e Porto Santo. A maioria do capital (50,1%) pertence ao Grupo Urbanos, através da empresa Pasogal, que assume a gestão da marca Groundforce em Portugal.