O pessoal de handling da Ryanair convocou uma greve por tempo indefinido, no aeroporto de Barajas, em Madrid, em protesto contra as condições de trabalho, os abusos e as ameaças a que os trabalhadores da companhia aérea irlandesa são sujeitos.
A greve foi decidida anteontem, dia 30 de Maio, pelos principais sindicatos (CTA, UGT, CCO e CGT) em resposta à intenção da empresa cortar entre 20% e 30% dos salários, em desrespeito pelo contrato coletivo de trabalho. Acusam, ainda, a companhia liderada por Michael O’Leary de realizar alterações nos turnos, nas férias e nas licenças, bem como nos tais cortes de salário, de forma unilateral e sem negociações numa altura em que acabou de anunciar um aumento de 66% nos lucros.
A Ryanair terá intenção de reduzir o número de pessoal de handling para apenas duas pessoas por avião, o que, acreditam os trabalhadores, irá causar atrasos e subsequentes danos na reputação da companhia aérea e do próprio pessoal, dado que serão incapazes de descarregar e tornar a carregar um avião no tempo que lhes é concedido. Esse tempo é definido pela empresa como sendo de apenas 25 minutos, maximizando as horas de cada aeronave no ar.
Os trabalhadores queixam-se ainda das falhas no que toca a vestuário de segurança e do equipamento de proteção, o que os coloca em risco, bem como aos passageiros que servem. De acordo com sindicalistas, é preciso denunciar “a atual pobre estrutura organizacional, a perseguição constante dos trabalhadores, com linguagem ameaçadora e penalizações escritas a que estão sujeitos no decorrer do seu trabalho”.
- Texto publicado pelo jornal digital de notícias de Economia ‘Dinheiro Vivo’