Tragédia no Nepal – Não há sobreviventes na queda do ATR 72-500 da Yeti Airlines

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Confirma-se a morte de 67 dos 72 ocupantes de um avião ATR 72-500 (matrícula 9N-ANC com 15 anos de serviço) da companhia Yeti Airlines, do Nepal, que se despenhou neste domingo, dia 15 de janeiro, quando estava na aproximação final ao aeroporto de Pokhara, no interior do país.

A bordo da aeronave sinistrada seguiam 68 passageiros, dos quais 15 eram estrangeiros, e quatro tripulantes. Fazia um voo doméstico entre a capital do Nepal, Katamandu, e Pokhara, um ponto turístico muito popular no país, a cerca de 200 quilómetros a oeste da capital nepalesa, de onde partem alguns roteiros pedestres para os Himalaias.

O avião tinha saído de Katmandu com destino a Pokhara cerca das 10h30 (hora local) e caiu durante a manobra de aproximação ao Aeroporto Internacional de Pokhara, no vale do rio Seti, cerca de 20 minutos depois. A autoridade de aviação disse que o último contacto da aeronave com o aeroporto antes de cair foi feito pelas 10h50 (hora local).

As equipas de resgate continuam a inspecionar o local do acidente, a cerca de 1,6 quilómetros de distância do Aeroporto Internacional de Pokhara. Estão ainda desaparecidos quatro ocupantes que se julga estarem mortos entre os destroços do aparelho.

Ainda não é claro o que terá causado a queda do avião, sendo que o Nepal tem um histórico irregular de segurança aérea. No ano passado, 22 pessoas morreram quando um avião caiu numa montanha no Nepal. Em 2018, um avião de passageiros da US-Bangla, do Bangladesh, despenhou-se quando aterrava em Katmandu, matando 49 das 71 pessoas a bordo.

Em 1992, todas as 167 pessoas que seguiam a bordo de um avião da Pakistan International Airlines (PIA) morreram perto de Katmandu, no acidente aéreo mais mortífero da história do Nepal.

A aviação comercial no Nepal cresceu nos últimos anos, transportando mercadorias e pessoas para áreas de difícil acesso, bem como caminhantes e alpinistas estrangeiros. No entanto, o setor tem tido problemas de segurança devido à falta de formação dos pilotos e manutenção dos aviões.

Desde 2013 que a União Europeia proíbe as companhias aéreas do Nepal de aceder ao espaço aéreo europeu, por razões de segurança. O país dos Himalaias tem ainda algumas das rotas mais isoladas e complexas do mundo, ladeadas por picos cobertos de neve que desafiam mesmo os pilotos experientes.

Os pilotos dizem que o Nepal carece também de infraestruturas e equipamentos mais modernos para disponibilizarem previsões meteorológicas precisas, especialmente em áreas remotas com terreno montanhoso acidentado onde o clima muda rapidamente.

As autoridades nepalesas estão empenhadas no apuramento das causas do acidente, tendo a tutela governamental da aviação anunciado a abertura de um inquérito oficial que deverá fornecer os primeiros resultados dentro de 45 dias.

A construtora aeronáutica ATR, onde foi fabricado o avião sinistrado, distribuiu um comunicado em que lamentou o acidente e manifestou-se disponível para ajudar as autoridades nepalesas na comissão de inquérito ao acidente.

A Yeti Airlines que tinha uma frota de cinco aviões ATR 72-500 anunciou que não fará voos nesta segunda-feira, dia 16 de janeiro, em luto pelas vítimas do acidente ocorrido neste domingo.

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