A companhia aérea britânica Flybe informou nesta semana a Bolsa de Valores de Londres que tem mantido conversações com parceiros estratégicos com vista à venda da empresa. A cotação das ações baixaram cerca de 75% no passado mês de setembro e a empresa vale presentemente 28,7 milhões de euros face aos 247 milhões de euros que valia em 2010.
A alta do preço dos combustíveis, a desvalorização da libra esterlina e a baixa procura são os motivos apontados pelos gestores da companhia aérea para os fracos resultados operacionais que a empresa está a obter neste ano.
A Flybe transportou no último ano cerca de oito milhões de passageiros, em 99 rotas para 40 destinos. Tem base no Aeroporto de Exeter e três bases operacionais secundárias em Southampton, Birmingham e Belfast. Christine Ourmières-Widener, presidente executiva de Flybe, disse ao jornal ‘The Guardian’ que uma das hipóteses para a redução dos prejuízos é a análise das linhas que a companhia opera, uma a uma, e decidir fechar as que dão prejuízo. Outra será reduzir a frota de 78 para 70 aviões, o que poderá acontecer nas próximas semanas. Os sindicatos também manifestaram a sua preocupação face à situação financeira da empresa que emprega 2.300 trabalhadores. A incerteza mantém-se.
Entretanto, no continente africano, os administradores da Air Zimbabwe, anunciaram que a companhia aérea nacional está à venda, depois de ter sido apurados prejuízos que já atingem os 300 milhões de dólares norte-americanos. A empresa está sob proteção judicial desde o final de outubro passado, prevendo-se que possa haver interessados na transação. A data limite para recepção das ofertas é o dia 23 de novembro.
A Air Zimbabwe foi criada em 1967 sob o nome de Air Rhodesia. Nesse tempo governava o país um governo de minoria branca que declarou unilateralmente a independência do Reino Unido em 1965. Passados 15 anos, em 1980, o país ganha nova independência, saindo do regime de minoria para uma maioria nacionalista negra, resultado de uma guerra de guerrilha que devastou o país que passou a chamar-se Zimbabwe (Zimbabué em português).
A Air Zimbabwe emprega 232 pessoas e opera presentemente apenas quatro rotas: duas domésticas e duas para países africanos: África do Sul e Tanzânia. A companhia consta da lista negra da União Europeia e mantém uma frota de seis aeronaves: dois A320, dois Boeing 737 e dois Boeing 767.
Uma outra companhia aérea, a mexicana Interjet, também está no mercado à procura de novos donos ou de uma injeção de capital. Miguel Alemán Magnani, presidente executivo da empresa aérea, anunciou que no próximo ano espera associar-se com novos investidores ou realizar uma Operação Pública de Venda que permita obter em bolsa o capital suficiente para levar por diante o seu plano de expansão.
A Interjet foi fundada em 2005 e tem atualmente uma rede interessante de destinos no México e parcerias assinadas com diversas companhias aéreas internacionais, nomeadamente com a Alitalia, ANA – All Nippon Airways, Iberia, American Airlines, British Airways e Grupo Latam Airlines. Neste ano tornou-se membro da ALTA – Associação de Transporte Aéreo da América Latina e das Caraíbas.
A Interjet tem uma frota de cerca de 80 aviões, a maioria Airbus A320 e A321. Este ano recebeu os primeiros aparelhos de uma encomenda de 40 aviões Airbus A320neo.