Os tripulantes de cabina da British Airways da denominada frota mista, a maioria admitidos depois de 2010, anunciaram, através do sindicato Unite, uma nova greve de quatro dias que decorrerá entre os dias 17 e 20 de fevereiro. É a quarta paralisação nos últimos meses como protesto ao não alinhamento dos salários desses profissionais com os dos seus colegas de trabalho.
Face a estas paragens laborais, a British tem recorrido à fusão de alguns percursos e ao fretamento de aviões a outras companhias, nomeadamente à Titan Airways, Vueling e Thomson Airways.
O sindicato diz que desde 2010 os profissionais que foram admitidos e que integram o que na companhia se denomina por ‘frota mista’ entraram a ganhar pouco mais de 12.000 libras esterlinas (cerca de 14.061 euros) por ano, excluídos complementos, e hoje têm salários médios de 16.000 libras (cerca de 18.754 euros) por ano.
A companhia, por sua vez, contraria os números do sindicato e contrapõe que os salários pagos a esses funcionários estão entre as 21.000 e as 25.000 libras (entre 24.625 e 29.309 euros) por ano.
Entre 2009 e 2010, a British Airways implementou um rigoroso plano de reduções de custos, começando pelo pessoal. Conseguiu cerca de mil baixas voluntárias e a redução do horário de trabalho de cerca de 3.000 tripulantes de cabina, o que se resumiu, em termos práticos, num corte de 1.700 postos de trabalho.
A medida contemplava ainda o congelamento dos salários dos assistentes de bordo por dois anos até março de 2011 e uma redução da massa salarial dos pilotos em 2,6 por cento, o que na realidade aconteceu. O que parece que a companhia britânica não cumpriu foi a recolocação dos salários nos níveis prometidos, a fazer fé na palavra dos trabalhadores que foram admitidos na corrente década.