UE suspende voos de e para países da África Austral, incluindo Moçambique

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Os Estados-membros da União Europeia (UE) decidiram suspender temporariamente os voos de sete países da África Austral, incluindo Moçambique, devido à identificação de uma variante do coronavírus, causador da covid-19, na África do Sul, altamente mutante.

A informação foi divulgada ao final da tarde desta sexta-feira, dia 26 de novembro, no Twitter, pela presidência eslovena do Conselho da UE, que informa que o grupo de Resposta do Conselho a Situações de Crise (IPCR), juntando Estados-membros, instituições europeias e especialistas, se reuniu e “concordou com a necessidade de ativar o mecanismo travão de emergência e impor restrições temporárias a todas as viagens para a UE a partir da África Austral”.

“A presidência eslovena apelou aos Estados-membros para testarem e colocarem em quarentena todos os passageiros que chegam”, acrescenta na mesma informação, tendo em conta que a decisão sobre viagens recai sempre sobre cada país.

Por seu lado, o porta-voz da Comissão Europeia, Eric Mamer, indicou também através do Twitter que “os Estados-membros concordaram em introduzir rapidamente restrições a todas as viagens à UE de sete países da região da África Austral”, precisando tratar-se de Botsuana, Eswatini (antiga Suazilândia), Lesoto, Moçambique, Namíbia, África do Sul e Zimbabué.

“Testes, quarentena e rastreio de contactos para os passageiros que entram na UE são importantes”, adiantou Eric Mamer.

Fonte europeia ligada ao processo confirmou à agência portuguesa de notícias ‘Lusa’ estar em causa “uma suspensão urgente de todas as viagens aéreas para a UE” destes sete países.

De acordo com a mesma fonte, os participantes nesta reunião do IPCR “concordaram com a necessidade de os Estados-membros ativarem o travão de emergência”, em conformidade com o mecanismo acordado pelo Conselho e como foi proposto esta manhã pela Comissão.

Este travão de emergência, implementado na UE devido à pandemia de covid-19, visa fazer face a situações preocupantes, como novas variantes, permitindo aos Estados-membros o endurecimento de medidas para travar a progressão do coronavírus SARS-CoV-2.

Na manhã desta sexta-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, propôs a ativação do mecanismo travão para suspender voos da África Austral com destino à UE, devido ao aparecimento desta nova variante do SARS-CoV-2.

Já durante a tarde, a líder do executivo comunitário insistiu que “todas as viagens de avião para estes países devem ser suspensas” a partir daquela região “e de outros países afetados”.

Vincando que a UE está a “levar muito a sério” a nova variante (denominada ‘Ómicron’) identificada inicialmente na África do Sul, Ursula von der Leyen exortou à ação “rápida e unida” dos Estados-membros.

Esta nova variante do coronavírus foi detetada na África do Sul, o país africano oficialmente mais afetado pela pandemia e que está a sofrer um novo aumento de infeções, anunciaram na quinta-feira cientistas sul-africanos.

A variante identificada até ao momento como B.1.1.529 tem um número “extremamente elevado” de mutações, de acordo com aqueles cientistas.

 

Portugal proíbe voos para Moçambique a partir de 29 de novembro

 

A única companhia europeia que tem voos diretos para Moçambique é a TAP Air Portugal, que voa entre Lisboa e Maputo três vezes por semana. O voo da noite desta sexta-feira, dia 26, com destino à capital moçambicana descolou às 20h05 da capital portuguesa. O avião, um Airbus A330-900neo, matrícula CS-TUD, aterrará em Maputo após cerca de 10h00 de voo, pelas 08h05 locais.

Entretanto, em Lisboa, o Governo português determinou a suspensão dos voos de e para Moçambique a partir das 00h00 de segunda-feira, dia 29 de novembro. “Já a partir das 00h00 deste sábado, 27 de novembro, todos os passageiros de voos oriundos de Moçambique (assim como da África do Sul, Botswana, Essuatíni, Lesoto, Namíbia e Zimbabué) ficam obrigados a cumprir uma quarentena de 14 dias após a entrada em Portugal continental, no domicílio ou em local indicado pelas autoridades de saúde”, diz o Ministério da Administração Interna em comunicado distribuído ao fim da tarde desta sexta-feira, dia 26, em Lisboa.

“Esta obrigatoriedade de cumprir a quarentena de 14 dias aplica-se ainda aos cidadãos que entrem em território nacional que tenham saído de algum daqueles sete países nos 14 dias anteriores à sua chegada a Portugal”, acrescenta.

Portugal segue a pisada de vários países que já restringiram viagens de e para os países onde a variante Ómicron foi detectada. Na tarde desta sexta-feira, os Estados Unidos anunciaram restrições à África do Sul, Botswana, Zimbabué, Namíbia, Lesoto, eSwatini, Moçambique e Malawi. Também o Canadá fechou as fronteiras para passageiros oriundos destas sete nações africanas.

 

A Air France, a outra companhia europeia que voa para Maputo, tem adiado nos últimos meses, por mais de uma vez o recomeço dos voos entre Paris/Charles de Gaulle e Moçambique, devido à pandemia. Tinha marcado o dia 2 de dezembro para a retoma (LINK notícia relacionada), mas perante a situação atual é provável que o reaparecimento dos aviões da Air France em Maputo fique adiado devido à surgimento da nova variante do novo coronavírus.

 

 

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