O Governo da República Bolivariana da Venezuela distribuiu na noite deste domingo, dia 12 de julho, um NOTAM no qual são prorrogadas por mais trinta dias diversas restrições ao tráfego aéreo, nomeadamente as operações de aviões comerciais, quer nacionais, quer internacionais. A justificação é a situação de pandemia que se vive, com um cenário mais preocupante nesta data.
Mantêm-se excluídos dessas normas os voos de aviões em estado de emergência, de carga e correio, as escalas técnicas desde que autorizadas, os voos humanitários e de repatriamento, voos aos serviço das Nações Unidas, os sobrevoos no espaço aéreo venezuelano de aviões comerciais e de aviação geral e os voos de evacuação médica (MEDEVAC).
Portanto até 12 de agosto, não será possível viajara para Venezuela ou entre aeroportos do País, em voos regulares.
No caso de Portugal, as ligações entre os aeroportos nacionais e Simón Bolívar, em Maiquetia (aeroporto que serve Caracas), são da responsabilidade da TAP Air Portugal.
Desde outubro de 2017 que os voos são assegurados por aviões e tripulantes de outra companhia portuguesa – a Euro Atlantic Airways. Uma mudança que se verificou face às reclamações do sindicato do pessoal de voo e das próprias tripulações da TAP, face ao clima de insegurança pública que se vivia (e vive) na Venezuela, onde pilotos e assistentes de bordo pernoitavam e descansavam após a travessia do Atlântico.
Entretanto, desde 11 de fevereiro que a TAP (através da Euro Atlantic) não voa para Caracas, devido a um incidente político-diplomático, ocorrido nessa, após o desembarque da comitiva de Juan Guaidó no regresso de uma viagem pela Europa. O regime oficialista de Nicolas Maduro em protesto contra o transporte do Presidente da Assembleia Nacional e denominado Presidente da República Interino aplicou à TAP uma suspensão de 90 dias da rota, “um castigo” que, entretanto, já foi cumprido durante o período de pandemia.
O que agora se sabe, de certeza, é que os voos entre Portugal e a Venezuela, onde existe uma assinalável colónia portuguesa, que em 2015 atingia cerca de um milhão de pessoas entre emigrantes de primeira geração e luso-descendentes, não se repetirão antes do dia 12 de agosto.