O presidente da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada (CCIPD) afirmou nesta sexta-feira, dia 20 de maio, que o grupo de aviação comercial SATA não pode estar à “mercê das opções políticas de momento”, criticando as “interferências” nas rotas das companhias.
“A SATA só será um ativo importante se estiver saudável e integrada de forma competitiva no mercado em que atua. Para isso, não pode continuar à mercê das opções políticas de momento”, afirmou Mário Fortuna, na abertura da ‘Feira Lar, Campo e Mar’, citado numa nota de imprensa distribuída pela CCIPD.
Na intervenção, o líder dos empresários das ilhas de São Miguel e de Santa Maria salientou que o “transporte aéreo” é uma “peça angular” do arquipélago açoriano e lembrou que o plano de reestruturação da SATA, que está a ser analisado pela Comissão Europeia, ainda não está concluído.
“Ainda não se concluiu o processo de reestruturação obrigatória […] e já surgem indícios de novas interferências na escolha das rotas que deve voar. Assim corremos o risco de matar mesmo a empresa”, declarou.
Mário Fortuna disse ainda não compreender a falta de divulgação das informações do setor público empresarial regional referente ao quarto trimestre de 2021 em “pleno século XXI, na era do digital”.
“Não se compreende que não haja boas estatísticas do comércio entre os Açores e o resto do país – as últimas conhecidas acabam em 2018 e são muito agregadas – ou mesmo interilhas”, acrescentou.
O também professor universitário realçou ainda que a revisão do modelo para as obrigações de serviço público entre as ilhas açorianas ficou “aquém das expectativas” dos empresários, “mantendo restrições excessivas e deixando a conectividade com Santa Maria ainda muito aquém do necessário”.
O Grupo SATA detém duas companhias aéreas – a SATA Air Açores e a Azores Airlines – ambas de registo português com sede na Região Autónoma dos Açores.