A320 da Egyptair cai no Mediterrâneo – 66 pessoas a bordo incluindo um português

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Um Airbus A320 da Egyptair (Linhas Aéreas do Egito) está dado como desaparecido desde a madrugada desta quinta-feira, dia 19 de maio, quando sobrevoava o Mar Mediterrâneo, a cerca de 210 milhas náuticas da cidades do Cairo, capital do país, onde deveria pousar, pelas 03h10 locais. A companhia acredita que o avião caiu no mar, pois foi recebido um sinal rádio pelas 04h26 locais, cerca de duas horas depois do desaparecimento, na zona onde se julga que tenha se despenhado a aeronave. O sinal foi provavelmente emitido por um dispositivo que integra as caixas negras do aparelho.

O avião, matrícula SU-GCC, realizava um voo regular (MA804) entre o Aeroporto Internacional de Paris/Charles de Gaulle, de onde partiu na noite de quarta-feria, dia 18 de maio, e o Aeroporto Internacional do Cairo, levando a bordo 56 passageiros e 10 tripulantes (entre estes três agentes de segurança).

As notícias conhecidas indicam que o aparelho saiu dos radares pelas 02h33 locais. A companhia, pelas 05h00, no Cairo, deu o primeiro alerta de que o aparelho estava desaparecido, indicando que as buscas no mar começariam logo pela manhã com a colaboração de navios militares do Egito e da Grécia. Mais tarde o governo francês, em Paris, indicou que mandaria para o local navios da sua Marinha de Guerra que estivessem na zona da provável queda do avião.

As últimas notícias (20h00 UTC) indicam que foi montada um intensa operação de busca no Mar Mediterrâneo, com a participação de navios e aviões de vários países da zona, na esperança de serem encontrados destroços da aeronave desaparecida, bem como os seus ocupantes. Durante a tarde houve notícias desencontradas acerca de eventuais aparecimentos de destroços ou objetos pertencentes ao avião, mas nada foi confirmado até ao final do dia. Inclusive uma comunicação do Ministério da Defesa da Grécia acerca de prováveis coletes salva-vidas, não foi considerada pelas autoridades egípcias ou francesas, envolvidas nas buscas e na comissão de inquérito ao acidente. Alguns jornais árabes deram crédito a uma reivindicação de um hipotético atentado por parte de uma organização ligada ao Daesh, na sua conta no Twitter. Embora cautelosos, os governos ocidentais e da Rússia, não aceitaram a comunicação como verdadeira.

Um fonte da Guarda Costeira grega disse à agência noticiosa France Press que o comandante de um navio mercante terá visto, na hora do desaparecimento do avião dos radares, uma bola de fogo a cair no mar a sul da ilha de Karpathos. É nessa zona que se concentram as buscas.

A maioria dos passageiros a bordo são de nacionalidade egípcia (30) e francesa (15). Na lista consta um cidadão português que a Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, em Lisboa, confirmou ser de um homem de 62 anos que vive na cidade de Joanesburgo, na República da África do Sul. O jornal ‘Expresso’, na sua edição digital, adianta que se trata de João Silva, casado e pai de quatro filhos, que trabalha desde há muitos anos na empresa de obras públicas e construção civil Mota-Egil África, onde desempenha funções diretivas. Na lista conhecida constam ainda dois iraquianos, um britânico, um belga, um kuwaitiano, um saudita, um sudanês, um chadiano, um argelino e um canadiano.

O comandante da aeronave tinha 6.275 horas de voo, sendo 2.101 naquele tipo de avião. O co-piloto somava 2.675 horas de voo. O avião tinha sido construído em 2003 e sempre esteve ao serviço da companhia egípcia, tendo feito um total de cerca de 48 mil horas de voo.

Em Paris, o Presidente da República, François Hollande, fez uma comunicação em que reconhece que o avião da Egyptair caiu no mar, e deixou em aberto todas as hipóteses para a causa do acidente, tendo em conta até que a França se encontra em estado de emergência devido aos atentados bombistas ocorridos na capital francesa em novembro do ano passado.

No Cairo o governo também reconheceu a queda da aeronave e criou um gabinete de crise para lidar com a tragédia. A companhia está a prestar assistência aos familiares dos passageiros que, entretanto, se concentram nos aeroportos de Paris e do Cairo, para saber notícias sobre o desastre. A Egyptair em comunicado lamenta o sucedido, diz estar atenta aos familiares das vítimas e afirma que deslocou pessoal médico especializado para os aeroportos a fim de prestar ajuda aos afetados. A Airbus, assim diversas outras companhias aéreas, divulgaram comunicados de solidariedade com a companhia egípcia e os familiares das vítimas.

Este é o segundo acidente grave da Egyptair neste século. Em maio de 2002 um Boeing 737 da companhia egípcia embateu numa montanha quando ia aterrar no Aeroporto de Tunes-Cartago, na Tunísia, tendo morrido 14 pessoas.

Contudo o maior acidente da companhia ocorreu em 1999, quando um Boeing 767, que fazia o voo MS1990 de Nova Iorque para o Cairo, se despenhou no Oceano Atlântico junto da ilha de Nantucket, próximo da cidade de Massachusetts (EUA), tendo morrido todos os 217 ocupantes. Os inquéritos concluíram que o co-piloto cometeu suicídio e apontou o avião para o mar, levando consigo todos os passageiros e ocupantes. Este relatório final do acidente nunca foi aceite pelas autoridades egípcias.

Trata-se do terceiro incidente grave relacionado com as ligações aéreas comerciais de e para o Egito nos últimos meses. No dia 31 de outubro do ano passado, um Airbus A321 da companhia russa Kogalymavia/Metrojet caiu na província do Sinai, no Egito, quando viajava de Sharm el-Sheik, no Mar Vermelho, para o Aeroporto Internacional de Pulkovo, na cidade de São Petersburgo. Morreram todos os 224 ocupantes (217 passageiros e sete tripulantes), a maioria de nacionalidade russa. A queda deveu-se à explosão de uma bomba. O atentado foi reivindicado pela organização terrorista ‘Wilaya Sina’, considerada o braço armado da Daesh no Egito. Neste ano, em março passado, uma A32o da Egyptair, com 56 pessoas a bordo, foi desviado para Larnaca, na ilha de Chipre, por um passageiro que ameaçava explodir o avião. Tratou-se de um caso isolado, sem ligações terroristas, chegando-se depois à conclusão de que o passageiro não estava armado e que foi movido por questões passionais.

 

  • Notícia em desenvolvimento. Última actualização: 20h00 UTC
  • Foto: Aktug Ates/Jetphotos.net

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