Acionista chinês da TAP enfrenta crise de liquidez e falha pagamento

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O conglomerado económico chinês HNA, acionista da TAP SGPS (dona da TAP Air Portugal), através da ‘Atlantic Gateway’, falhou o pagamento de uma dívida superior a 37 milhões de euros, revelou um fundo de investimento chinês, ilustrando os problemas de liquidez da empresa.

A entrada em incumprimento ocorreu apesar do grupo ter vendido mais de 15 mil milhões de euros em ativos, este ano, visando enfrentar uma grave crise de liquidez.

No mês passado, o HNA começou também a falhar empréstimos constituídos junto de individuais, através de plataformas ‘online’ de financiamento direto (P2P, na sigla em inglês). A empresa esteve quase a entrar em incumprimento num outro empréstimo, no valor de 124 milhões de euros.

A empresa encerrou o ano passado com uma dívida de cerca de 77 mil milhões de euros, segundo os dados divulgados na apresentação dos seus resultados anuais.

Em Portugal, o HNA detém uma participação na Atlantic Gateway, consórcio que detém 45% da TAP. O Estado Português é dono de 50% da TAP, estando os restantes 5% do capital nas mãos dos trabalhadores.

Uma das suas subsidiárias, a Capital Airlines, inaugurou em julho de 2017 o primeiro voo direto entre a China e Portugal. No entanto, pouco após celebrar o primeiro aniversário do voo, a empresa anunciou a sua suspensão, entre outubro e março próximos.

O HNA, que detém ainda importantes participações em firmas como Hilton Hotels, Swissport ou Deutsche Bank, está já sob supervisão de um grupo de credores, liderado pelo Banco de Desenvolvimento da China.

Nos últimos anos, a alteração dos veículos de financiamento na China, do setor bancário formal para outros menos regulados, mas com altas taxas de juro, resultou numa vaga de incumprimentos por todo país e excesso de endividamento corporativo.

O grupo recusou revelar o nível de exposição da sua dívida a plataformas P2P e outros produtos.

Na carta enviada aos investidores, o Hunan Trust revela que a firma falhou o pagamento de uma dívida de 300 milhões de yuan (37,4 milhões de euros), que venceu em 10 de setembro, “apesar das várias tentativas para comunicar com a HNA por telefone ou reunir pessoalmente”.




O empréstimo foi contraído pela subsidiária cotada na Bolsa de Xangai, HNA Innovation, com garantia do HNA Tourism, o negócio responsável pela maior parte das receitas do grupo.

A mesma nota detalha que o fundo irá agora tentar confiscar ativos do HNA Innovation e HNA Tourism.

Os produtos emitidos pelo Hunan Trust ofereciam uma rentabilidade anual de 6,5%, para quem investisse até 49 milhões de yuan (seis milhões de euros), e 6,7%, para investimentos superiores àquele montante.

O investimento mínimo era de um milhão de yuan (124 mil euros).

O Hunan Trust é detido na totalidade pelo governo da província de Hunan, centro da China.

O grupo HNA é um dos maiores conglomerados privados chineses, mas vários dos seus investimentos além-fronteiras foram vetados pelos reguladores, devido a uma estrutura acionista “difícil de decifrar”.

Fundado em 1993, quando a propriedade privada estava ainda a começar no país asiático, como uma pequena companhia aérea regional, o grupo HNA alargou, nos últimos anos, os seus investimentos aos setores transporte, logística e retalho, acumulando ativos no valor de 123 mil milhões de euros.

 

  • Notícia distribuída pela agência de notícias portuguesa ‘Lusa’, publicada na imprensa nacional




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