O Conselho de Administração da TACV emitiu ao fim da tarde desta segunda-feira, dia 29 de fevereiro, um comunicado onde confirma que o Boeing 737-800, matrícula D4-DBX, está retido no aeroporto de Amesterdão, na Holanda, desde as 18h30 do passado sábado, dia 27.
A TACV, companhia aérea nacional da República de Cabo Verde, justifica que foi surpreendida com o arresto em plena negociação e quando já tinha conseguido reduzir a dívida em 75 por cento.
“Face ao clima de negociação, pagamentos continuados e redução efectiva de dívida, a medida surge como inesperada dada a evolução dos factos”, lê-se no comunicado, que revela ainda que a TACV reduziu a dívida de 5,9 milhões de dólares em 2013 para 1,5 milhão de dólares.
A companhia aérea reconhece que a ‘AerCap’ tem exigido a regularização total da dívida, mesmo após todos os esforços de pagamentos efectuados e que, nesta data, a dívida é quatro vezes menor que há três anos. “A imobilização do Boeing 737 acontece num momento em que a TACV estava em plena negociação com a empresa proprietária e nada fazia prever que uma medida extrema seria tomada”, observa o Conselho de Administração da companhia, no comunicado distribuído na Cidade da Praia, onde está sedeada.
Acrescenta ainda que está em curso um plano de reestruturação da dívida e que a antiguidade e volume da mesma obriga à execução de um programa de acção sólida para reduzir os custos operacionais e incrementar as receitas, com vista a permitir a recuperação e consolidação da empresa. A Administração da TACV realça que continua “em intensas negociações com o credor e confia que mais este constrangimento será ultrapassado”.
Note-se que há uma retitificação a fazer: o Boeing 737-800 da TACV foi arrestado no Aeroporto de Amsterdão/Schiphol e não no de Roterdão, como o ‘Newsavia’ referiu. Foi a imprensa nacional de Cabo Verde que abordou a notícia no domingo, dia 28 de fevereiro, e que afirmou, sempre, que a aeronave tinha sido arrestada em Roterdão, o que se verificou nesta segunda-feira não estar correto.
Na verdade, ao verificarmos as rotações do avião no sábado, dia 27, verificamos que estava a fazer um voo triangular entre a ilha do Sal e os aeroportos de Paris e de Amesterdão. Tinha pousado na capital holandesa pelas 11h36, oriundo da capital francesa, e tinha regresso marcado à ilha do Sal para as 13h30 locais. O que não veio a acontecer, devido à intervenção do Ministério Público da Holanda. (LINK notícia relacionada)
- Foto: Carlos Freitas