O Aeroporto Nacional ou de Zaventem, em Bruxelas, reabre neste domingo, dia 3 de Abril, às zero horas, depois dos atentados terroristas que se verificaram na zona de acolhimento de passageiros no passado dia 22 de março, anunciou neste sábado, dia 2 de abril, a empresa concessionária da estrutura, a ‘Brussels Airport Company’.
A reabertura do aeroporto principal da capital belga far-se-á de forma parcial, não estando ainda bem definidas quais as companhias que irão utilizar nos primeiros dias os serviços. As limitações existentes são ainda ao nível do fluxo de acessos à zona de check-in e de acordo com os novos parâmetros de segurança implementados depois dos trágicos eventos que mataram mais de duas dezenas de pessoas, após a explosão de dois bombistas-suicidas.
O aeroporto já poderia ter sido reaberto mais cedo, mas um conflito laboral travado entre os sindicatos dos polícias que ali prestam serviços de segurança e a direção do aeroporto e o governo belga, adiaram consecutivamente a reposição dos voos comerciais em Zaventem. Uma questão que teve pouca repercussão para o exterior, já que a informação conhecida era de que as obras ainda não estavam concluídas.
As obras que permitem a reabertura do aeroporto, se bem que provisórias, estavam tecnicamente prontas e aprovadas para a retoma parcial das operações de passageiros, com o aval dos serviços de bombeiros e da Direção Geral de Transporte Aéreo (DGTA) desde o início da semana, noticia a imprensa belga. Contudo, o conflito laboral com o pessoal da segurança não permitiu alcançar o entendimento necessário para o regresso à normalidade.
As negociações entre sindicatos de polícia e o governo foram interrompidas diversas vezes, porque os agentes policiais exigiam que todas as pessoas que acedem ao edifício do aeroporto passassem por um controlo de segurança, mesmo que não fossem passageiros, ou que, apenas, fosse concedida autorização de entrada às pessoas portadoras de reserva nos voos.
O entendimento obtido pelas partes implica numa primeira fase o acesso exclusivo de passageiros, sendo feito o rastreio das pessoas e das bagagens numa estrutura provisória criada fora do edifício do aeroporto e que está pronta a receber os primeiros clientes. Não serão mais autorizadas despedidas dentro do edifício. O chamado ‘kiss and fly’ acaba em Bruxelas. As despedidas agora serão fora do edifício. Só entram passageiros. As autoridades alegam que este novo procedimento provocará demoras enormes no acesso dos passageiros aos terminais de check-in. A empresa concessionária, nas negociações, chegou a indicar que esse processo limitaria a entrada de pessoas a cerca de 200 por hora em cada fila. Mas não houve maneira de dar a volta às reivindicações dos policiais. Alegaram até que esses sistemas de controlo estão em vigor em alguns países mais vulneráveis a atentados, dando como exemplo a maior parte das principais capitais africanas.
Uma segunda fase da implementação das novas normas de segurança no Aeroporto de Bruxelas/Zaventem será a proibição de passagem ou estacionamento de viaturas de transporte privado a menos de 100 metros dos acessos do edifício aeroportuário.
Ficou acordado ainda um duplo controlo de identificações, quer de funcionários do aeroporto, quer de passageiros e das suas bagagens de mão dentro do aeroporto, que acontecerá de forma alienatória, portanto sem qualquer aviso, sempre que os agentes dispersos pelo edifício assim o entenderem.
As novas medidas de segurança no aeroporto principal da capital da Bélgica implicará de imediato o recrutamento de mais 200 agentes, entre militares e agentes na reserva da Polícia Federal, que se juntarão aos atuais 491 profissionais que ali prestam serviço presentemente.