A comissão técnica independente (CTI) do novo aeroporto para a região de Lisboa considerou nesta quinta-feira, dia 25 de janeiro, que os promotores dos projetos têm posições coerentes com os seus legítimos interesses privados, mas recorrem a análises especulativas.
“Como promotores apresentam posições coerentes com os seus interesses privados, que são legítimos, mas recorrendo a afirmações e interpretações de análises e posições que a CTI não reconhece, e que, por conseguinte, se tornam especulativas”, considerou a equipa liderada por Rosário Partidário (na imagem de abertura), em resposta escrita à agência portuguesa de notícias ‘Lusa’.
Os promotores do aeroporto de Santarém acusaram a CTI de não seguir as recomendações para a União Europeia sobre áreas de influência de um aeroporto e reiteraram que a análise favoreceu Alcochete e Vendas Novas.
Em conferência de imprensa realizada na manhã desta quinta-feira (dia 25) para apresentar as linhas gerais da pronúncia ao relatório preliminar da CTI, que considerou a opção Alcochete como a mais vantajosa e a opção Vendas Novas também viável, classificando as restantes como inviáveis, os promotores do aeroporto em Santarém disseram também que a alteração ao Plano Ferroviário Nacional (PFN), prevê um prolongamento de 38 quilómetros (km) na linha de alta velocidade entre o Carregado e o Campo de Tiro de Alcochete e um investimento de mais de 1.500 milhões de euros para fazer aquela ligação.
Questionada pela ‘Lusa’ sobre estas declarações, a CTI vincou que é “reconhecidamente independente, e tais propostas serão analisadas na devida sede, com processos e metodologias próprias de análise”, o que “requer tempo e ponderação, até por respeito a todos os demais comentários recebidos”.
A CTI garantiu ainda que vai continuar “a acautelar e salvaguardar o interesse público, o que implica ouvir todas as partes interessadas e respeitar um processo de consulta que ainda está em curso”, e responderá apenas quando tiver feito uma “análise profunda” de todas as pronúncias apresentadas.
Por fim, aquela comissão lembrou que entre os princípios da avaliação estratégica realizada estão também, além do interesse público, “a importância para o desenvolvimento nacional, no longo prazo e a sustentabilidade global da solução estratégica final”.
A CTI responsável pela avaliação estratégica ambiental para o aumento da capacidade aeroportuária da região de Lisboa apresentou, em 5 de dezembro, o relatório preliminar, que servirá de base para a decisão do Governo sobre o novo aeroporto.
A comissão considerou que, das nove opções em estudo, Alcochete é a que apresenta mais vantagem, com uma primeira fase em modelo dual com o Aeroporto Humberto Delgado, passando depois para uma infraestrutura única na margem sul do rio Tejo.
Foi também considerada viável a opção de Vendas Novas, nos mesmos moldes, isto é, primeiro em modelo dual, passando depois para aeroporto único.
O relatório preliminar encontra-se em consulta pública até sexta-feira, dia 26 de janeiro.