O projeto para um aeroporto em Santarém, denominado ‘Magellan 500’, prevê uma capacidade inicial de 10 milhões de passageiros por ano, permitindo expansão até aos 100 milhões, em 40 anos, anunciou nesta terça-feira, dia 29 de novembro, o gestor Carlos Brazão.
O projeto ‘Magellan 500’ foi apresentado pela primeira vez em público no colóquio “Novo aeroporto: tempo de decidir”, promovido pelo Conselho Económico e Social (CES), que decorreu em Lisboa.
Segundo o gestor Carlos Brazão, o projeto prevê “dentro de aproximadamente 15 anos – e provavelmente até mais cedo – 50 milhões de passageiros e dentro de 40 anos 100 milhões de passageiros”.
A ideia é fazer uma construção faseada, começando com uma pista que permitirá uma capacidade de movimentação de até 10 milhões de passageiros por ano, até chegar à última fase, que prevê a existência de três pistas e uma capacidade que “pode ir além dos 100 milhões de passageiros por ano, sempre com expansão incremental do mesmo plano diretor inicial”, explicou o gestor.
“Parece-nos claro que, se queremos evitar continuar nos próximos 30 ou 40 anos a discutir aeroportos, como nos últimos 50, é, provavelmente, para estes níveis de procura que devemos trabalhar desde já”, defendeu Carlos Brazão.
De acordo com o gestor, os tempos de acesso ao aeroporto, exemplificando com 29 minutos em Alfa Pendular entre Santarém e Lisboa, “são suportados por uma localização de excelência”, com a existência da linha ferroviária do Norte e a autoestrada A1.
Assim, defendeu, um aeroporto em Santarém permite colocar “mais de quatro milhões de pessoas a pouco mais de uma hora”, “desde o primeiro dia e sem custos públicos adicionais”.
O responsável destacou ainda, em termos ambientais, a “seleção criteriosa da localização e do layout das pistas em função das áreas protegidas remotas”, bem como a minimização do ruído sobre a população, “já com a futura aviação sustentável em mente, incluindo elétrica e hidrogénio”.
O projeto ‘Magellan 500’ é de iniciativa privada, promovido fora da atual concessão da ANA Aeroportos de Portugal.
Na mesma ocasião, o gestor Carlos Nunes Lopes defendeu a localização Montijo, o ex-presidente do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), Carlos Matias Ramos, defendeu Alcochete, o ex-presidente da NAER – Novo Aeroporto, Rui Sérgio, manifestou-se favorável à construção de um aeroporto na Ota, e o professor universitário António Carmona Rodrigues apoiou uma solução aeroportuária em Alverca.
A Comissão Técnica que irá levar a cabo a avaliação ambiental estratégica para o novo aeroporto de Lisboa vai estudar cinco soluções, podendo ainda propor mais, caso entenda.
Em causa, está a solução em que o Aeroporto Humberto Delgado fica como aeroporto principal e Montijo como complementar, uma segunda em que o Montijo adquire progressivamente o estatuto de principal e Humberto Delgado de complementar, uma terceira em que Alcochete substitui integralmente o Aeroporto Humberto Delgado, uma quarta em que será este aeroporto o principal e Santarém o complementar e uma quinta em que Santarém substitui integralmente Humberto Delgado.
Aeroporto regional em Santarém que progressivamento passará a internacional e que beneficie económicamente toda a região Centro em geral e o Ribatejo e Oeste em particular era a melhor opção estratégica para retirar poder de influência à Vinci. Se a linha de alta velocidade for desviada de Coimbra para Santarém, para a nova estrutura aeroportoária, era a cerejo no topo do bolo.