Aeroportos da Turquia só operam voos internos – Golpe de Estado fracassou

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Os aeroportos da Turquia, nomeadamente o Internacional de Istambul/Ataturk (IST/LTBA), o 11º aeroporto mais movimentado do mundo (teve cerca de 61,8 milhões de passageiros em 2015, mais 9,2% do que no ano anterior) estão a voltar à normalidade depois da tentativa de Golpe de Estado militar, que foi abortada pelas forças leais ao Presidente da República e ao Governo.

O primeiro-ministro Binali Yildirim anunciou na manhã deste sábado, dia 16 de julho, que o Aeroporto de Istambul/Ataturk tinha reaberto cerca de cinco horas depois da declaração da Lei Marcial decretada pelos comandantes revoltosos, depois de milhares de cidadãos fiéis ao regime terem aclamado o Presidente Recep Erdogan, que chegou no avião privado da Presidência da República (Gulfstream Aerospace G5X, matrícula TC-ATA, que é operado pela Turkish Airways) depois de interromper as férias que gozava no Mediterrâneo, num hotel de Marmaris, estância turística na costa do Mar Egeu, e que foi bombardeado de madrugada pouco depois do Chefe de Estado turco ter abandonado o edifício.

Contudo, fontes aeroportuárias referem que os voos internacionais continuam cancelados. Desde sexta-feira à noite o movimento em Istambul resumiu-se à chegada de aviões de passageiros e de carga da Turkish Airlines e de outras companhias com registo na Turquia.

A companhia nacional turca cancelou a maioria dos voos marcados para este sábado, devido sobretudo à falta de condições de segurança que permitam um eficiente controlo dos passageiros e bagagens e também ao fato do tráfego rodoviário no país estar afetado pelas barreiras de segurança entretanto colocadas ao longo das principais vias de acesso à cidade.

Neste sábado ainda não pousou em Istambul qualquer avião de bandeira estrangeira. As companhias estão a comunicar aos seus passageiros para mudarem os voos fazendo as alterações de forma gratuita, face à situação que se vive na Turquia. As companhias de bandeira turca estão a operar a maioria dos trajetos internos, com fortes restrições nomeadamente em Istambul, onde as forças de segurança procedem a uma inspeção geral depois da entrada de milhares de pessoas nas instalações e nas plataformas de estacionamento, que tinham sido convidadas pelo Presidente e pelas forças que o apoiam a manifestar-lhe a sua lealdade mesmo junto do avião presidencial.

Em termos de aviação há notícia de que um caça-bombardeiro das forças leais abateu, na sexta-feira, dia 14, à noite, um helicóptero que transportava militares revoltosos, depois de terem bombardeado o edifício da Assembleia Nacional, onde se verificaram três explosões que deixaram bastante destruição nas instalações.

Há ainda outra notícia avançada na manhã deste sábado pela imprensa internacional de que um helicóptero militar turco aterrou na Grécia, com oito homens a bordo que pediram asilo. O aparelho, um ‘Black Hawk’ pousou depois de enviar um sinal de socorro às autoridades no aeroporto de Alexandroupolis, no norte da Grécia. Sete das pessoas a bordo estavam vestidas com uniforme militar e todos são suspeitos de envolvimento na tentativa de Golpe de Estado na Turquia.

Neste sábado, ao princípio da tarde, o Presidente da República da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, declarou que a situação de revolta militar no país está controlada, e que a vida está a voltar à normalidade.

Confirmou o número de vítimas pessoais, que pode aumentar, e que mostra que o Golpe de Estado foi bastante sangrento. Estão somados 194 mortos, dos quais 47 civis, 41 polícias, dois soldados e 104 alegados apoiantes dos golpistas.

O pedido do Presidente da República, enviado quando iniciou a viagem de avião no regresso de férias, para a população ir para a rua lutar contra os revoltosos parece ter dado resultado, pois as imagens de televisão mostram que foral eles que desarmaram muitos militares e ajudaram as forças policiais a correr com os revoltosos. Mesmo a cena de invasão popular do Aeroporto de Istambul, na sexta-feira, que, em princípio, parecia um ato impensado ou anárquico, acabou por ser de apoio e respaldo ao regime de Erdogan.

Os números apontam ainda para mais cerca de 1.500 feridos e para a detenção de 2.900 militares no que terá sido, citando palavras do primeiro-ministro neste sábado, “uma mancha negra na democracia turca”. Um Golpe de Estado que o governante turco apenas encontra “paralelo entre as organizações terroristas”.

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