A Air Astana, considera que as informações que dispõe sobre o incidente com um avião Embraer E-190LR da companhia que no domingo, dia 11 de novembro, voou fora de controlo nos céus de Portugal, apontam para problemas nos eixos do controlo. Essa a razão que poderá ter causado toda a trajetória irregular da aeronave, que, felizmente, aterrou em Beja durante a tarde, depois de declarar emergência e ser auxiliada por dois caças F-16 da Força Aérea Portuguesa.
A “aeronave apresentava desvios de estabilidade do eixo longitudinal (‘roll-axis’, no original)”, segundo as indicações iniciais, disse fonte oficial da companhia do Cazaquistão, em resposta à agência de notícias portuguesa ‘Lusa’.
O avião tinha descolado de Alverca (aeroporto militar nos arredores de Lisboa que serve de base à OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal), pelas 13h21 e declarou emergência poucos minutos depois, tendo estado durante algum tempo a sobrevoar a região a norte de Lisboa e o Alentejo, numa trajetória irregular, antes de ter sido tomada a decisão de aterrar no aeroporto de Beja, o que aconteceu às 15h28, depois de ter feito duas aproximações e passagem sobre o aeroporto, para certificação das condições da pista, desconhecida de todos os tripulantes.
Na resposta à ‘Lusa’, a transportadora referiu que o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) “vai controlar as ações” da investigação, enquanto o fabricante do avião, a Embraer, “será envolvido e consultado de perto”.
À questão da ‘Lusa’ sobre responsabilidades neste processo, a companhia sublinhou estar, atualmente, “focada em apoiar a investigação formal pelo GPIAAF”.
“Qualquer comentário a esse respeito seria inapropriado”, acrescentou a mesma fonte.
Em conferência de imprensa, no domingo à noite, o comandante da Base Aérea 11 (em Beja, onde aterrou o avião da Air Astana) informou que a aeronave E190 permanecia na base a aguardar reparação.
A bordo do avião de passageiros seguia uma tripulação de seis pessoas, tendo o coronel piloto-aviador Fernando Costa revelado que estes elementos “estavam a ser inquiridos pelo gabinete de prevenção de acidentes civil e já tinham terminado toda a parte de identificação pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras”.
O comandante da BA11 confirmou que dois elementos da tripulação foram “encaminhados para o Hospital de Beja porque não se sentiriam muito bem”, devido a “todo o stress”, mas não apresentavam “nada de especial”.
Os dois tripulantes, um homem de 37 anos, do Cazaquistão, e outro de 54, natural de Inglaterra, tiveram alta do Hospital José Joaquim Fernandes, ainda durante o domingo, confirmou à ‘Lusa’ uma fonte hospitalar.
Fonte do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) tinha revelado já ter mobilizado para Beja uma equipa para iniciar a investigação.
O avião, escoltado por dois caças F-16 da FAP, efetuou a aterragem após declarar uma emergência, devido a uma “falha crítica nos sistemas de navegação e controlo de voo”, disse à Lusa fonte aeronáutica.
A aeronave tinha “concluído trabalhos de manutenção” na OGMA, em Alverca, confirmou esta empresa, que informou estar “a colaborar com as autoridades aeronáuticas na investigação” das causas do incidente.
A empresa OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal é detida em 65% pela Embraer e em 35% pelo Estado português.