A Air Macau está a efetuar um estudo sobre a viabilidade de introduzir na sua frota aeronaves Airbus A330 e A350, especificamente com o intuito de avaliar se esses modelos da construtora aérea europeia, destinados a voos de longo curso, poderão enquadrar-se nas características das rotas que a transportadora aérea da Região Autónoma de Macau pretende explorar no futuro, anuncia nesta sexta-feira, dia 8 de novembro, o jornal de língua portuguesa ‘Tribuna de Macau’.
O jornal refere que segundo informações publicadas pelo Aeroporto Internacional de Macau, citando a página de Facebook ‘Macao Transport Info’, a Air Macau ressalvou, contudo, que não estão reunidas, por enquanto, condições para abrir rotas para destinos na Europa ou nos Estados Unidos, sublinhando que uma medida dessa natureza terá forçosamente de ser sustentada por um grande volume de passageiros.
A notícia de uma eventual expansão da frota e das rotas da Air Macau, está incluída numa reportagem que faz manchete na edição desta sexta-feira da ‘Tribuna de Macau’, assinada por Sérgio Terra, na qual é destacado o bom desempenho da companhia nos primeiros nove meses deste ano.
O trabalho está desenvolvido com base nos dados divulgados no relatório trimestral da Air China, acionista maioritária da Air Macau, que detém 66,9% do capital da empresa aérea do antigo território português do Oriente.
Reproduzimos em seguida, alguns parágrafos que se relacionam com a atividade e resultados da Air Macau dos três primeiros trimestres deste ano:
A Air Macau continua a evidenciar francos progressos nas principais vertentes das suas operações comerciais, o que, consequentemente, eleva a probabilidade de fechar o exercício financeiro de 2019 com contas positivas, completando 10 anos sucessivos de lucros. Consolidando os resultados muito positivos já atingidos nos primeiros seis meses deste ano, a companhia aérea voltou a elevar a bitola no terceiro trimestre, com crescimentos homólogos ainda mais robustos nas duas grandes áreas operacionais: a oferta e a procura.
Os dados incluídos no relatório trimestral da Air China mostram que, no caso da transportadora local, a ASK (‘Available Seat Kilometer’) – principal métrica da aviação que reflete a oferta, traduzida na capacidade disponível para passageiros considerando a distância do transporte – cresceu 20% entre julho e setembro, em termos anuais, depois de ter subido 16,07% no primeiro semestre. O mesmo parâmetro, especialmente relevante numa altura em que a Air Macau está a renovar e alargar a sua frota, já tinha aumentado 7,1% no total de 2018, invertendo a quebra de 4,34% sofrida no ano anterior.
A tendência ascendente também é seguida pela procura real de transporte, medida pelo parâmetro RPK (‘Revenue Passenger Kilometer’). Neste capítulo, o ritmo de crescimento acelerou de 15,82% na primeira metade de 2019 para 17,10% no terceiro trimestre. No total de 2018, a subida atingiu 15,37%, depois de um recuo de 2,10% no ano anterior.
Com o nível do acréscimo da oferta da Air Macau a superar ligeiramente o da procura, a taxa de ocupação dos voos, indispensável indicador de eficiência na aviação comercial que deriva da relação entre aquelas duas métricas, acabou por sofrer ligeiros recuos, para 71,33% no terceiro trimestre e 72,6% no conjunto dos primeiros nove meses, o que representa decréscimos anuais homólogos de 2,71 e 1,87 pontos percentuais, respectivamente.
Os dados analisados pelo Jornal TRIBUNA DE MACAU indicam ainda que, nos primeiros nove meses do corrente ano, as métricas da oferta e procura avançaram 17,43% e 16,28%, respectivamente, em relação ao mesmo período de 2018.
O desempenho da transportadora da RAEM superou também, e de forma muito evidente, as médias dos mercados regionais e internacionais da aviação comercial, embora importe ressalvar que as companhias de pequena e média dimensão têm, por norma, margens de progressão mais elevadas. Estatísticas preliminares da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, na sigla inglesa), relativas aos primeiros oito meses deste ano, indicam que o nível da procura (ASK) cresceu 4% no mercado mundial, sendo que a Ásia-Pacífico e a China registaram subidas de 4,3% e 9,6%, respectivamente.
Do lado da oferta, segundo as estimativas da IATA para o período de Janeiro a Agosto, a componente RPK aumentou 4,5% em termos globais e na Ásia-Pacífico, e 9,2% na China. Em Agosto, e pelo terceiro mês consecutivo, o mercado chinês foi, aliás, o que mais cresceu em termos mundiais (+10,1%).
Apesar dos “conflitos comerciais” e da desaceleração dos negócios, “a confiança do consumidor chinês permanece elevada, num cenário de estímulos fiscais por parte do governo”, sublinhou a IATA, na análise dos resultados de Agosto.
Em relação a Julho, a procura de transporte aéreo aumentou em todas as regiões, excepto na América Latina devido à desaceleração do crescimento económico e depreciação das moedas de alguns dos seus principais países.
O relatório da Air China referente ao terceiro trimestre não menciona o número de passageiros transportados pela Air Macau entre julho e setembro, mas também nesse capítulo estará iminente mais um recorde anual. Só no primeiro semestre, a companhia aérea contabilizou cerca de 1,8 milhões de passageiros, o que equivale a um acréscimo homólogo de 17,9%, ou 273.200 clientes adicionais no intervalo de um ano.
A frota da Air Macau engloba atualmente 21 aviões, todos fabricados pela Airbus, com uma idade média de sete anos, face aos 8,29 anos registados no final de 2018.