A Air Macau lançou recentemente um pacote de descontos na compra de bilhetes de avião, exclusivo para os trabalhadores não residentes (TNR) no território da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM). Porém, tê-lo-á retirado alguns dias depois, informou nesta quarta-feira, dia 20 de março, o jornal de língua portuguesa ‘Tribuna de Macau’.
Antes do desaparecimento da página específica sobre este plano de descontos na página do ‘Facebook’ da transportadora aérea, centenas de cibernautas locais deixaram nas redes sociais comentários nos quais se mostraram indignados com esses descontos devido à “inclinação” da medida para os TNR e à “exclusão” dos residentes.
O jornal ‘Tribuna de Macau’ contactou a Air Macau para obter uma explicação, tendo uma porta-voz indicado que, “por enquanto”, a empresa não irá fazer qualquer comentário sobre o assunto.
De acordo com a medida publicada anteriormente na página da Air Macau, o pacote, designado por ‘Voar livremente para titulares de blue card’, permitia uma redução de até 10% no preço do bilhete de avião. A par disso, a medida abrangia outros “direitos e benefícios de identidade”, sendo que os TNR podiam usar esses descontos nos voos para quaisquer destinos do Interior da China e do Sudeste Asiático, ter mais 10 quilos na mala de viagem, bem como o direito de remarcação gratuita ilimitada na mesma classe de cabina.
Após a circulação das informações sobre o pacote de descontos destinado aos TNR, alguns cibernautas acusaram a companhia aérea de “ser provocante” e “criar divisões”, e outros contestaram ou satirizaram que “ser TNR é melhor do que ser residente de Macau”. Podiam ainda ler-se comentários como “é a região administrativa especial dos TNR”, “boicote à compra (de bilhetes de avião) da Air Macau”.
Apesar disso, houve também quem comentasse que “os TNR contribuem de certo modo para a construção de Macau, pelo que é justificável proporcionar-lhes descontos”.