Airbus A400M despenha-se em voo de testes em Sevilha

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A ‘Airbus Defence & Space’ confirmou nesta tarde de sábado, dia 9 de Maio, que um avião A400M sofreu um acidente na manhã de hoje, pelas 13h00 locais (11h00 UTC), que provocou a morte de quatro dos seis ocupantes da aeronave.

Um comunicado distribuído à imprensa informa que o avião envolvido no acidente tinha o número de registo de fábrica MSN023 e estava a fazer o seu primeiro voo depois de ser totalmente montado nas instalações da divisão militar da construtora aeronáutica europeia, junto do Aeroporto de San Pablo, na cidade de Sevilha, província de Andaluzia, no Sul de Espanha.

A Airbus manifesta-se devastada com a perda das vidas humanas que o acidente provocou e refere que todos os ocupantes do aparelho sinistrado eram de nacionalidade espanhola e empregados na Airbus Defence & Space. A construtora afirma que está a providenciar todo o apoio e cuidados, quer aos feridos que se encontram em situação clínica muito grave, quer às famílias dos que perderam a vida.

A Airbus vai nomear uma equipa de técnicos que disponibilizará todos os seus conhecimentos à comissão de inquérito oficial que será nomeada pelo Governo de Espanha.

O A400M que se despenhou esta manhã fazia o seu primeiro voo e seria o terceiro aparelho deste modelo a ser entregue à Força Aérea da Turquia, o que já estava marcado para o próximo mês de Junho.

 

Eventual falha de potência no voo inaugural da aeronave

O acidente ocorreu a cerca de uma milha (cerca de 1.800 metros) da cabeceira da pista 23 do Aeroporto de Sevilha, junto de uma linha de enchimento industrial de refrigerantes, e muito próximo da fábrica de aviões militares da Airbus (antiga linha de montagem da fábrica espanhola CASA). O avião tinha descolado cerca de três minutos antes e logo quando começou a subir a tripulação reportou uma falha de potência. Não deu tempo a mais nada. Caiu num terreno agrícola situado entre o Aerópolis, polígono industrial dedicado à indústria aeronáutica, e o ‘Factory Aeropuerto’, um parque industrial e comercial, onde existe um shopping-center que no momento da queda do avião estava repleto de público.

 

Inabilidade do Governo Espanhol

O primeiro-ministro espanhol Mariano Rajoy, que se encontra na ilha de Tenerife, Canárias, lamentou a ocorrência poucos minutos depois da tragédia, e ele próprio noticiou a existência de vários mortos entre os ocupantes da aeronave, todos funcionários da Airbus.

O Governo espanhol mostrou uma grande inabilidade na maneira como lidou com esta situação de crise, expondo-se logo quando ainda nem sabia bem o que estava a acontecer. Mariano Rajoy apresentou condolências “às famílias das 8 a 10 vítimas do desastre”. Embora com vítimas mortais o desastre acabou por não ter essa dimensão. O mais recomendável seria o Governo ter deixado para as estruturas responsáveis pela Aeronáutica a divulgação de informações mais pormenorizadas.

 

Avião é um projecto participado por sete países europeus

O Airbus A400M é uma aeronave de transporte para apoio operacional e logístico e é presentemente o maior avião militar de hélice do mundo. A sua produção industrial começou em 2011, tendo o projecto do avião de transporte militar europeu nascido em 2003 por acordo entre sete países – Alemanha, França, Espanha, Reino Unido, Turquia, Bélgica e Luxemburgo – que se comprometeram a adquirir 180 aeronaves deste tipo. O programa começou com um investimento total de 20 mil milhões de euros, a que foram acrescentados mais 11 mil milhões ao longo dos anos seguintes de desenvolvimento do projecto, custos acrescidos com a alta tecnologia que a aeronave foi dotada.

 

Espanha encomendou 27 aviões A400M

No caso da Espanha, refere a imprensa nacional desta manhã, o Governo comprometeu-se a comprar 27 aviões. A primeira entrega está prevista para o início do próximo ano. O objectivo da Espanha, tal como de vários outros países europeus é que o A400M venha a substituir as suas frotas de aviões Hércules C-130, um avião de grande desempenho, de fabrico norte-americano, que equipa a aviação militar na Europa desde o final dos anos sessenta do século passado. No caso da Espanha os primeiros chegaram o ‘Ejército del Aire’ em 1973.

 

  • Notícia actualizada às 19h00 UTC de 09 de Maio de 2015

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