A Airbus entregou no ano passado 863 aeronaves, superando o fabricante norte-americano Boeing pela primeira vez desde 2011. E há uma vantagem nas perspectivas com que a fábrica europeia encara os próximos anos: os problemas verificados nos aparelhos da nova geração do Boeing 737 MAX faz o mercado acreditar que a Airbus manterá essa vantagem por mais algum tempo. A crise da fábrica norte-americana dará força aos novos modelos da Airbus, com sucesso no mercado, nomeadamente o A350 e as novas versões da família A320.
A Boeing perdeu, em 2019, o título de maior construtora de aviões a nível mundial para a Airbus. Já sabíamos que estava em decréscimo, pois no primeiro trimestre de 2019 tinha entregue apenas 230 aviões comerciais, menos 37% do que no período homólogo do ano passado.
Num comunicado recente, a empresa explicou, que no segundo trimestre deste ano, a entrega de aeronaves estagnou, devido à retenção na fábrica de novos aviões 737 MAX, envolvidos em acidentes fatais na Indonésia (outubro de 2018) e na Etiópia março de 2019).
Os resultados não surpreendem e, afinal, eram esperados, após o bloqueio do novo Boeing 737 MAX por parte das autoridades de aviação de vários países.
A Airbus, entretanto, também experimenta alguns problemas nas suas linhas de montagem, devido à incapacidade de atender às encomendas. Em outubro passado cortou nas previsões de entregas para o ano em curso. Mesmo assim conseguiu produzir e entregar mais três aviões do que a previsão revista que foi de 860. No total, as 863 aeronaves comerciais entregues em 2019 representam mais sete por cento do que no ano passado, em que foram entregues 800 aparelhos.
Não são ainda conhecidos os resultados finais da Boeing. Sem contar com dezembro a construtora norte-americana tinha entregue no ano passado apenas 345 aviões, a maioria de longo curso. Entretanto os números não devem ter atingido metade dos 806 aviões que tinha entregue em 2018.