As principais companhias aéreas europeias instaram a União Europeia (EU) a desenvolver a produção de combustíveis sintéticos para as abastecer, sob pena de não conseguirem cumprir os objetivos climáticos.
As companhias aéreas também recomendaram que a UE se dote de um controlo de tráfego aéreo mais eficiente, em vez de criar taxas verdes.
“O combustível sustentável (SAF) é a única solução que temos a curto e médio prazo para descarbonizar a aviação (…). Não precisamos de um mandato, precisamos de combustível, não temos SAF no mercado”, afirmou nesta quinta-feira, dia 12 de outubro, Luis Gallego, CEO do International Airlines Group (IGA), empresa-mãe da British Airways e da Iberia, numa conferência de imprensa.
As companhias aéreas da UE, representadas pela ‘Airlines For Europe’ (A4E), afirmam que querem descarbonizar o setor, mas dizem que os desenvolvimentos legislativos não estão a ir na direção certa e não são acompanhados pelo investimento e ação necessários.
É o caso do novo regulamento ‘RefuelEU’, que obrigará as companhias aéreas que operam na UE a aumentar progressivamente a proporção de combustíveis sustentáveis nos tanques das aeronaves, começando com 2% em 2025, aumentando para 6% em 2030 e atingindo 70% a partir de 2035, e a começar a abastecer combustíveis sintéticos a partir de 2030.
“Há um risco, sim, um grande risco” de não cumprir essa trajetória, disse Gallego.
Atualmente não existe produção para satisfazer essa procura, pelo menos na Europa, e existe também um “risco elevado de que o FFS que é produzido vá para outras indústrias”, como a indústria automóvel, onde países como a Alemanha e a Itália estão a abrir espaço para combustíveis sintéticos e biocombustíveis para salvar o motor de combustão para além de 2035.
“Eles têm outras possibilidades de descarbonização, na aviação só temos esta”, acrescentou Gallego.