O governo alemão pretende comprar seis aviões de transporte militar da Lockheed Martin C-130J (‘Super Hercules’) por cerca de 900 milhões de euros, a partir de 2019, através de um acordo operacional em conjunto com a França, segundo documentos divulgados pelo governo de Angela Merkel à ‘Reuters’.
A Alemanha e a França começaram a trabalhar no acordo em outubro passado, como parte de um impulso mais amplo para aumentar a cooperação europeia de defesa, e anunciaram os contornos dos planos em fevereiro deste ano numa reunião da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
Os ministérios das Finanças e da Defesa alemães forneceram os primeiros detalhes sobre o custo do avião — mais 110 milhões de euros em custos adicionais para as infra-estruturas e simuladores de treino — nos documentos enviados aos legisladores, que devem aprovar o financiamento do acordo entre os dois países europeus.
Após o acordo com o Ministério das Finanças alemão, Berlim vai formalizar o pedido para a aquisição dos aviões, em 2019, de acordo com os documentos que foram analisados pela agência de notícias ‘Reuters’.
Segundo os mesmos documentos, a França já encomendou quatro aviões e planeia comprar mais dois, que terão base em Evreux e serão operados conjuntamente pelos dois países. A frota deverá estar pronta para ser utilizada até 2021.
O Ministério da Defesa alemão disse aos legisladores que os simuladores para o C-130J foram construídos pela fabricante canadiana de tecnologia CAE.
De acordo com várias fontes ligadas a este assunto, a Força Aérea Alemã pretendia inicialmente comprar até 12 aviões de transporte militares C-130J, para a frota conjunta para que pudesse operar alguns na França, e criar uma segunda base na Alemanha.
No entanto, o ministro da Defesa decidiu comprar seis aviões, devido a restrições financeiras, mas várias fontes disseram que a questão poderia ser revista nos próximos anos.
A Alemanha diz que precisa dos aviões de transporte C-130J para aumentar uma frota planeada de 53 aeronaves A400M Atlas da Airbus e preencher uma lacuna de capacidade que surgirá a partir de 2021, quando a Alemanha retirar os C-160 Transall, até agora atribuídos às esquadras de transporte e logística, mas com muitos anos de serviço nas Forças Armadas germânicas.
Força Aérea Alemã quer vender 13 aviões de transporte militar A400M
Numa altura em que a Alemanha pretende investir em novos aviões, fica a dúvida sobre o que será feito aos 13 aviões militares A400M da Airbus, que não conseguiram encontrar compradores.
Embora sejam aviões com focos e portes diferentes, a necessidade de atender ao pedido por transporte tático tem crescido, ao mesmo tempo que o A400M continua a enfrentar algumas dificuldades.
Segundo a agência Reuters, em 2011 o governo alemão decidiu reduzir a frota de 53 A400M para 40. No entanto, até agora não conseguiu encontrar um comprador e acabou por receber todos os aviões.
Numa primeira fase a Força Aérea Alemã pretendia comprar 60 aviões A400M, mas depois baixou para 53. O Parlamento aprovou assim um plano em 2011, no qual 13 desses aviões seriam vendidos a outros países para economizar dinheiro. Algo que não chegou a acontecer.
Os custos a longo prazo dos 13 aviões ainda estão a ser avaliados, mas as estimativas apontam para cerca de 505 milhões de euros, incluindo os 150 milhões de euros da segunda base para o A400M.
O jornal ‘Sueddeutche Zeitung’ revelou no mês passado, que Berlim estava em negociações com a República Checa, Suíça e outros, sobre a operação conjunta dos 13 aviões militares.
O porta-voz da Airbus, Floriban Taitsch, disse que a empresa acredita que ira encontrar compradores para os A400M que a Alemanha diz ter a mais na sua Força Aérea.