ANA confirma que obras no Aeroporto de Lisboa podem iniciar-se no final de 2023

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As obras no Aeroporto Humberto Delgado/Lisboa, que vão permitir aumentar a eficiência das operações, poderão avançar no final do próximo ano, disse o presidente da Comissão Executiva da ANA – Aeroportos de Portugal em Ponta Delgada, nos Açores, perante uma plateia de agentes de viagens e outros profissionais de turismo.

Thierry Ligonnière referiu que se trata de um investimento que andará entre os 200 e os 300 milhões de euros, e confirmou que a empresa concessionária dos aeroportos portugueses está disposta a arrancar com as obras em 2023, a par com os estudos que, sob tutela governamental, prosseguem para encontrar uma solução de longo prazo para a infraestrutura aeroportuária que servirá a capital portuguesa.

As informações foram avançadas nesta sexta-feira, dia 9 de dezembro, durante o 47.º Congresso Nacional da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), que decorre em Ponta Delgada, ilha de São Miguel, nos Açores.

“O projeto desta primeira fase da expansão do aeroporto de Lisboa — que não é uma expansão de capacidade, porque isso implica licenciamento ambiental — […] coloca em cima de mesa a exequibilidade do aumento de capacidade no aeroporto de Lisboa”, disse o responsável.

 

Terminal 1 terá mais 10 portas de embarque na zona sul da aerogare

“É um projeto de 200 a 300 milhões de euros que conta com a criação de uma nova placa de estacionamento com possibilidade de colocar os aviões em contacto com a infraestrutura […], permite também expandir o Terminal 1 para Sul com mais de dez portas de embarque para termos assim o embarque e o desembarque através das pontes telescópicas”, afirmou.

“Isto é um salto importante no aeroporto de Lisboa”, sublinhou o Thierry Ligonnière.

À margem do congresso, o CEO da ANA – Aeroportos de Portugal explicou à agência de notícias ‘Lusa’ que, no fundo, estas obras trarão “um bocadinho mais de desempenho operacional e, eventualmente, mais capacidade de tráfego no aeroporto só pela questão da eficiência, não pela capacidade declarada”.

Sobre as obras, diz que já estão feitas a nível de projeto de execução, seguindo-se agora um processo administrativo, nomeadamente “licenciamento ambiental – não necessariamente, neste caso bastará uma declaração de impacto ambiental “, mas haverá, segundo o mesmo, uma consulta aos utilizadores, autorizações do regulador, a ANAC, uma avaliação do concedente também.

Posto isto, “se as coisas corressem assim como estamos a imaginar – sendo que é preciso ter o contributo voluntário de todas as entidades envolvidas neste processo –, mas se todos fizessem o seu trabalho rapidamente, potencialmente podíamos arrancar com as obras no fim de 2023”, afirmou.

O CEO da empresa gestora dos aeroportos nacionais disse ainda que os cadernos de encargos do projeto estão prontos, falta o concurso das obras.

Ligonnière explicou, nas suas declarações à ‘Lusa’ como poderão acontecer esses ganhos de eficiência: “Tendo posições de contacto reduz-se o recurso a autocarros e o estacionamento dos aviões em posição remota. Isto vai melhorar a qualidade de serviço e também melhorar o desempenho ambiental do aeroporto em termos gerais”, disse.

Ainda assim, questionado se as obras se traduzirão, então, num maior número de movimentos das aeronaves por hora, Thierry Ligonnière disse que vão “trazer regularidade”.

“O aeroporto de Lisboa na sua capacidade atual tem dificuldades às vezes porque há irregularidades, há atrasos, há cancelamentos”, exemplificou, acrescentando que “para o aeroporto funcionar bem – para criar capacidade quando não há capacidade, de o fazer a nível da infraestrutura em si – tem de ser através do desempenho operacional”, acrescentou.

Em 29 de setembro, o ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, afirmou que o aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, precisa de obras “já” para aumentar a sua fluidez, tendo em conta que o novo aeroporto “vai demorar”.

 

  • Foto de abertura © ClickandPlay/APAVT

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