ANA contesta críticas do ministro Eduardo Cabrita sobre o Aeroporto de Faro

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O presidente do Conselho de Administração da ANA Aeroportos, José Luís Arnaut (na imagem de abertura), afirmou à agência de notícias ‘Lusa’ que o circuito de Verão do aeroporto de Faro não abriu porque o número de passageiros ficou abaixo do exigível.

Reagindo às declarações da passada sexta-feira, dia 11 de setembro, do ministro da Administração Interna (LINK notícia relacionada), que criticou a falta de abertura da sala de Verão do aeroporto de Faro, uma situação que poderá aumentar as filas, José Luís Arnaut explicou que, de acordo com o contrato de concessão, para aumentar o espaço de circulação é necessário existirem 2.100 passageiros por hora, mas o máximo registado em agosto foi 1.029.

“O acionamento do circuito de Verão está previsto verificar-se quando há 2.100 passageiros por hora. Infelizmente, nos dias de maior pico em agosto, o máximo que tivemos foi 1.029 e, se em fevereiro, no circuito de inverno, tivemos 140 mil passageiros e [o aeroporto] funcionava, naturalmente que em agosto, com 120 mil, também poderá funcionar, se o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) tiver funcionários nas ‘boxes’ e estas não estiverem vazias”, sublinhou o responsável pela ANA.

José Luís Arnaut acentuou ter sido “com algum espanto e até com alguma indignação institucional” que ouviu o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, ter responsabilizado a ANA – Aeroportos de Portugal pelas filas no aeroporto de Faro, acusando-a de “reiteradamente violar as obrigações de serviço público” e “prejudicar o país”.

“Dos responsáveis políticos esperam-se juízos fundamentados e ponderados. Conhecendo como conheço o senhor ministro Eduardo Cabrita, só pode ter feito estas declarações por estar mal informado ou por ter desconhecimento da situação”, reagiu José Luís Arnaut, em declarações à agência ‘Lusa’.

O presidente do Conselho de Administração disse que “em nenhum momento do contrato de concessão da ANA com o Governo da República houve qualquer falha de cumprimento de serviços mínimos contratuais”.

Arnaut salientou que, se assim fosse, o Ministério das Infraestruturas e da Habitação “já teria atuado”, por ter mecanismos legais para o fazer.

Na opinião do responsável da ANA – Aeroportos de Portugal, “o senhor ministro está a justificar o injustificável” e salienta ser “falso” que as falhas no aeroporto de Faro sejam responsabilidade da entidade que gere os aeroportos.

“É do conhecimento público o mau funcionamento do SEF nos Aeroportos de Portugal, as deficiências e, infelizmente, até outras atitudes por parte do SEF”, acrescenta José Luís Arnaut.

O presidente do Conselho de Administração da ANA menciona ainda “as e-gates” instaladas (equipamentos que fazem a autenticação automática do documento de viagem através de um sistema de reconhecimento facial), mas que levaram “semanas e semanas” até terem ficado operacionais.

“A tudo isto acresce que a ANA, em devido tempo, alertou o SEF do fluxo que ia haver naquela altura. Não é por acaso que o SEF desde 2006 recusa assinar com a ANA um acordo de níveis de serviço que está estabelecido no contrato de concessão aprovado pelo Governo”, realça José Luís Arnaut.

 

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