O Aeroporto Internacional Humberto Delgado, em Lisboa, pode atingir, neste verão, “os 100 mil passageiros/dia”, estando preparado um plano de contingência. “Os 100 mil passageiros/dia que iremos, eventualmente, atingir este ano, durante o verão, obrigam a medidas de gestão do próprio aeroporto a que chamamos de contingência”, afirmou o presidente do Conselho de Administração da ANA Aeroportos de Portugal.
Jorge Ponce de Leão, que falava à agência noticiosa Lusa, em Ponte de Sor, à margem do evento aeronáutico ‘Portugal Air Summit’, não especificou quais serão essas medidas de contingência, mas disse que serão adequadas “ao ‘stress’ de uma utilização nos limites” do aeroporto.
“No verão, sabemos que as companhias áreas não vão chegar rigorosamente nas horas previstas e temos que ter medidas de contingência. O aeroporto já as desenhou, teve o cuidado de planear a irregularidade”, referiu.
Segundo Ponce de Leão, face ao expectável aumento de passageiros, no verão, o aeroporto poderá recorrer, como costuma fazer nesta altura do ano, à contratação de jovens para “disciplinar os fluxos” de viajantes.
“No verão, por vezes, utilizamos alguns jovens que ajudam no aeroporto a disciplinar fluxos, para que isso se processe de forma normalizada, de resto é pessoal da ANA”, frisou.
O “chairman” da ANA — Aeroportos de Portugal, que interveio esta manhã no debate “A Solução para Lisboa: Que desafios e oportunidades?”, defendeu que o aeroporto do Montijo, com o aproveitamento civil da base aérea, para complementar o Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, “é uma solução irrecusável”.
“É a solução mais óbvia em termos de tempo de execução e em termos financeiros”, argumentou, alertando para o “forte condicionamento” que já existe “à exploração e crescimento” do Aeroporto de Lisboa, em que “90% dos ‘slots’ [espaços horários para aterrar e descolar] já estão alocados”.
O Montijo, insistiu, perante o crescimento do Aeroporto Humberto Delgado, de “14% no ano passado e de 20% este ano”, assume-se como “a única solução” que acrescenta “valor” a Lisboa, “em termos de número de frequências e de número de voos por hora, na região de Lisboa”.
“Está fora de causa que a solução Montijo não seja uma solução segura”, mas é para que o seja em definitivo que estão a decorrer estudos ambientais e de segurança, frisou o presidente da ANA.
“É preciso, primeiro, diagnosticar os problemas e, em segundo, encontrar as soluções. Se for tomada uma decisão em definitivo em relação ao Montijo é porque foram encontradas as soluções adequadas para remover os problemas de segurança”, disse.
- Jorge Ponce de Leão, primeiro da direita para a esquerda na imagem de abertura, participou no primeiro painel do ‘Portugal Air Summit’, na quarta-feira, dia 25, no Aeródromo de Ponte de Sor. Foto ©Newsavia/Ana Vanessa Gil