O primeiro-ministro de Portugal, António Costa disse nesta terça-feira, dia 14 de abril, que sabe que alguns acionistas [não os identificou] da TAP já quiseram alienar as suas posições na companhia.
“Aliás, sabemos que já havia vontade de alguns acionistas no sentido de poderem alienar as suas posições, e a TAP é uma empresa absolutamente estratégica para o país”, argumentou o chefe do Governo português numa entrevista à Rádio Observador, quando interrogado sobre se a TAP poderá ser nacionalizada.
“Relativamente à TAP, onde o Estado já é acionista, todos sabemos que o setor da aviação civil sofreu de forma devastadora esta situação de crise”, disse António Costa para quem “não há nenhuma razão para excluir nenhum instrumento de ação pública que se revele necessário”.
Projeto do Aeroporto do Montijo é para avançar
Interrogado se o Governo tenciona manter a construção do novo aeroporto do Montijo, numa fase de previsível redução do transporte aéreo em todo o mundo, o primeiro-ministro defendeu que a projetada quebra não compromete “os cenários de desenvolvimento de uma infraestrutura essencial” como essa em termos de médio prazo.
“O novo aeroporto internacional será sempre necessário. Como vimos, no passado, o crescimento ultrapassou muito as previsões. Espero que o calendário se mantenha, porque este não é o momento de se desinvestir, mas de investir. Aliás, há obrigações contratuais nesse sentido e têm de ser criadas as condições institucionais para que esse investimento seja possível de realizar”, apontou o líder do executivo.
A atual situação de quase encerramento do tráfego aéreo, de acordo com o primeiro-ministro, tem apenas a vantagem de permitir a Portugal “ganhar tempo relativamente ao seu atraso nos projetos de desenvolvimento de expansão da capacidade aeroportuária.
“Dos contactos que tenho tido com a ANA, não obstante o gigantesco prejuízo diário que está a ter, [a intenção] é manter o calendário de investimento”, reforçou.