Fernando Pinto anunciou nesta quinta-feira, dia 11 de janeiro, que vai deixar a presidência da Comissão Executiva da TAP Air Portugal, numa carta dirigida aos funcionários da companhia aérea portuguesa e em que informa sobre o seu sucessor, Antonoaldo Neves, brasileiro também com nacionalidade portuguesa (ex-presidente executivo da AZUL Linhas Aéreas Brasileiras), que já se encontra integrado na Administração e na Comissão Executiva da TAP SGPS, e a residir em Lisboa desde o ano passado.
“Estou absolutamente seguro de que com a liderança de Antonoaldo, a TAP continuará neste incrível processo de crescimento. Assim, o meu sentimento hoje é de absoluta realização profissional e pessoal. De missão cumprida. A empresa está no bom caminho e sinto-me plenamente realizado”, lê-se na missiva.
Fernando Pinto continua na TAP como assessor nos próximos dois anos
Na carta iniciada com a expressão “Caros Colegas”, Fernando Pinto diz que é com “grande orgulho” que comunica a sua saída “em breve” da direção executiva da TAP, onde esteve 17 anos e permanecerá como assessor “nos próximos dois anos”.
No texto de 15 parágrafos, o ainda responsável da TAP multiplica elogios aos trabalhadores da empresa, que é “três vezes maior” do que à sua chegada e que “cresceu muito também nestes dois anos de privatização”.
“O nosso caminho é crescer. E irei acompanhar esse crescimento de perto, uma vez que continuarei ligado à companhia nos próximos dois anos enquanto assessor da TAP. Não é assim, nem jamais será, um adeus”, lê-se ainda na carta.
Fernando Pinto recordou ter chegado com a missão de privatizar a empresa, que se revelou como um “processo difícil, feito de muitos obstáculos e dificuldades”.
Devido a “constrangimentos de ordem financeira que impunham a privatização”, a TAP foi obrigada a sobreviver por 15 anos: “sobreviver à falta absoluta de capital, às imensas flutuações cambiais, à reestruturação da frota e, por fim, à chegada das low cost (baixo custo)”.
Para responder a este cenário, a estratégia foi “olhar além-fronteiras e tirar partido da posição geográfica do ‘hub’ (plataforma) de Lisboa”, tornando a TAP “líder nas ligações entre a Europa e o Brasil”. Outro caminho foi entrar na Star Alliance.
Com a privatização há dois anos, iniciou-se um “novo ciclo”, com a empresa a atingir “resultados históricos sucessivos e a sua saúde financeira é cada vez mais uma realidade”, fechando 2017 com 4 milhões de passageiros.
Sobre a proposta dos acionistas da Atlantic Gateway Antonoaldo Neves tornar-se presidente executivo da TAP, após a aprovação em assembleia-geral no próximo dia 31, Fernando Pinto manifestou o seu entusiasmo e contentamento.
“Não podia estar mais contente e entusiasmado com esta escolha para assumir os destinos da TAP. É a pessoa certa, e pela qual tenho grande admiração”, garante o dirigente, recordando que convidou o agora seu sucessor para “ajudar no programa de crescimento” lançado há dois anos.
“É um profissional com grande know how no setor (…) Além disso, temos mais em comum: o Antonoaldo, tal como eu, tem antepassados do Norte e também tem cidadania portuguesa”, referiu ainda Fernando Pinto.