O Aeroporto Internacional de Istambul/Ataturk, o mais movimentado da Turquia, foi abalado por um atentado bombista de grande escala, cerca das 22h15 locais (19h15 UTC) desta terça-feria, dia 28 de junho. Três suicidas fizeram-se explodir na primeira barreira de segurança na entrada do edifício da gare dos voos internacionais, depois de terem disparado tiros de metralhadora ‘Kalashnikov’ contra os polícias e militares que estavam no controlo de entradas, anunciou o governador de Istambul, que clarificou as notícias já conhecidas de que teriam sido dois terroristas e duas bombas.
Segundo o último balanço do gabinete do Governador de Istambul, na quarta-feira, dia 29 de junho, pela manhã, foram contados 41 mortos. A mesma informação indica que foram registados 239 feridos, dos quais 109 já abandonaram os hospitais. Alguns sites e blogs de notícias internacionais citam fontes não oficiais governamentais, ligadas aos serviços de socorro, e adiantam que o número total de vítimas mortais deverá atingir a meia centena.
Foram três bombas que explodiram transportadas por três suicidas que se apresentaram a disparar na entrada de acesso ao edifício. Um dos bombistas foi logo abatido por um polícia que assim travou a sua entrada pela barreira de segurança. Caiu no chão bastante ferido, mas mesmo assim conseguiu detonar-se, conforme documenta um vídeo do controlo interno de vigilância do aeroporto (CCTV) que foi colocado numa conta de Twitter e que pode ser visto através deste LINK. (Aviso: Contém imagens de extrema violência).
Governo diz que os terroristas não chegaram a entrar no edifício do aeroporto
O ministro da Justiça esclareceu que as explosões não ocorreram dentro do edifício do aeroporto. Pode estar certo em relação a duas delas, mas segundo o vídeo que mostramos acima, uma pelo menos foi numa zona fechada da entrada da aerogare, possivelmente ainda antes da zona de acolhimento e check-in dos passageiros.
O aeroporto, na área de atendimento de passageiros e de recepção das companhias aéreas estabelecidas em Ataturk, está bastante destruído e a CNN Turk noticiou que foi aí que se registaram as vítimas fatais do atentado, entre as quais se contam vários polícias. Não há ainda qualquer indicação sobre a nacionalidade das vítimas.
Forças militares e policiais cercaram o aeroporto e controlam o trânsito e a assistência aos feridos. O tráfego aéreo foi interrompido em Ataturk, um dos aeroportos com maior movimento na Europa, o terceiro mais importante do continente e o 11º mais movimentado do ranking mundial. No ano passado movimentou cerca de 62 milhões de passageiros, sendo um importante entreposto para passageiros e mercadorias que circulam entre a Ásia e a Europa (e vice-versa). Tem três pistas, sendo uma dedicada aos voos internacionais, outra aos voos domésticos e outra exclusiva do terminal de carga e aviação executiva e ligeira.
O movimento foi retomado pelas 02h20 locais e na manhã desta quarta-feira, dia 29 de junho, verificam-se diversos cancelamentos, nomeadamente por parte de companhias estrangeiras que utilizam este aeroporto. A Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) recomendou às companhias norte-americanas que deveriam suspender os voos até nova ordem e diversas outras companhias internacionais, cancelaram voos previstos para hoje [29 de junho] ao mesmo tempo que manifestaram a sua tristeza pelos acontecimentos.
Nenhuma organização terrorista reivindicou até agora a autoria do atentado. Alguns meios informativos adiantam que os separatistas curdos (ligados ao PKK, partidos dos trabalhadores que luta pela independência do Curdistão) e o Daesh, do auto-intitulado Estado Islâmico, que pretende reimplantar o antigo Estado Otomano na região, poderão estar por detrás desta tragédia. São dois inimigos assumidos do regime de Ankara, liderado por Erdogan, contra quem prometem vingança desde há muito tempo. O ataque ao aeroporto de Ataturk, em Istambul, a cidade mais populosa da Turquia, com cerca de 18 milhões de habitantes, vem na sequência de diversos outros ataques mortíferos contra objectivos governamentais e militares do Estado Turco que, nos últimos meses, têm causado dezenas de mortos.
- Notícia em desenvolvimento – atualizada às 11h00 UTC de quarta-feira, dia 29 de junho
- Foto de entrada © The Jewish Buzz