As autoridades da Malásia afirmaram hoje, domingo, que entraram em contacto com uma série de países, a maioria do sul e do centro da Ásia, para se juntarem às equipas de buscas que procuram o avião Boeing 777 da Malaysia Airlines que desapareceu com 239 pessoas a bordo na madrugada do passado sábado, dia 8 de Março, quando viajava de Kuala Lumpur, capital da Malásia, para Pequim, capital da China.
Onúmero de países envolvidos subiu já para 25, numa altura em que os esforços para localizar a aeronave ganham novo impulso. “O número de países envolvidos nas buscas e no resgate passou de 14 para 25, o que coloca novos desafios de coordenação e diplomacia aos esforços de localização”, disse o ministro malaio da Defesa e Transportes, Hishammuddin Hussein.
Cazaquistão, Uzbequistão, Quirguistão, Turquemenistão, Paquistão, Bangladesh, Birmânia, Laos e França são os novos países que acederam a se juntar ao grupo que tem uma maioria significativa de meios oriundos da Malásia e da China. O ministro indicou também que pediram aos novos países informação especial, como análise de dados de satélite e radares, bem como qualquer elemento relevante que possam obter, por terra ou por mar. O pedido de ajuda surge depois de as investigações confirmarem que o avião da Malaysia Airlines mudou de rumo deliberadamente e se dirigiu para oeste.
Os novos dados, divulgados pelo primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, no sábado, abrem duas zonas de investigação: uma franja que vai do norte da Tailândia até ao Cazaquistão e Turquemenistão e outro corredor que parte da Indonésia e entra pelo oceano Índico a oeste da Austrália. Ainda que as autoridades da Malásia evitem falar em sequestro, o primeiro-ministro afirmou que os sistemas de comunicações do avião foram desligados de forma deliberada, bem como a mudança de rumo.
Neste fim-de-semana, em que as investigações passaram a ser coordenadas pela Justiça da Malásia, pois foram encontrados indícios que, de alguma forma, podem conduzir à intervenção humana de terceiros no desaparecimento do avião, as buscas estendem-se por áreas bem mais vastas, do que aquelas que foram rastreadas pelos meios aéreos e marítimos.
Dando azo à sua imaginação, observadores e especialistas, com proeminência para antigos pilotos e militares aposentados, em diversos países, têm dado opiniões acerca do destino do avião malaio. Curioso que muitos, com fundamento discutível, dizem que o aparelho e os passageiros estão a salvo, em qualquer sítio remoto. Argumentos que mais parecem enredo de tramas cinéfilas. De qualquer modo, nenhuma hipótese é de descartar, pois estamos há oito dias sem notícia do avião.
Esta manhã, notícias vindas de Moscovo, criavam um cenário rocambolesco de espionagem, segundo o qual os norte-americanos teriam capturado o Boeing malaio e o levado para uma base numa ilha remota no Índico… Paciência costuma ser uma característica dos asiáticos. Na verdade, não há outra forma: aguardar pacientemente por um desfecho.
- Foto: Jornal ‘The Star’, de Kuala Lumpur (Malásia)