A companhia australiana Qantas despediu-se hoje, sábado, dia 27 de Dezembro, dos seus Boeing 767. O último voo, com um número especial para assinalar a efeméride, QF767, realizou-se ao fim da tarde entre as cidades de Melbourne e de Sydney, terminando com um sobrevoo a esta última cidade pelas 18 horas locais (eram 07h00 da manhã em Portugal e Angola).
Os Boeing 767, dos quais a companhia teve 41 aparelhos na sua frota, chegaram em Julho de 1985, e revelaram-se durante muitos anos a grande força da transportadora aérea australiana, que utilizou estes aparelhos de fabrico norte-americano como verdadeiros ‘transportadores de massas’. Durante os quase trinta anos em que voaram na Qantas realizaram 927.000 voos nos quais transportaram um total de 168 milhões de passageiros.
Na hora da despedida, o comandante Mike Galvin, Director de Operações de Voo e piloto de Boeing 767, disse que esta frota foi das mais eficientes da companhia, com um papel notável nos 29 anos em que integrou a Qantas, sendo o avião preferido para a maioria dos pilotos e dos passageiros pelo seu conforto e fiabilidade.
“É verdade que o momento de dizer adeus é triste, mas é tempo de retirar os Boeing 767 e trazer os aviões de nova geração, mais avançados tecnicamente e mais eficientes em termos de consumo de combustível”, assinalou o comandante Mike Galvin, citado num comunicado de imprensa da companhia distribuído hoje à imprensa mundial.
A Qantas anunciou ainda que esta saída dos Boeing 767 cumpre também uma das alíneas do plano de reestruturação da companhia, que é a diminuição dos modelos de aparelhos na frota, que até hoje tinha 11 diferentes. A previsão é de ter sete.
Os Boeing 767 transportavam entre 229 e 255 passageiros, de acordo com as versões, e nos últimos anos estavam a ser utilizados nas rotas internas de Melbourne, Sydney e Brisbane, além de Perth, na costa leste australiana.
As rotas internacionais que antes eram feitas pelos Boeing 767 estão já a ser feitas pelos novos Airbus A330, que conseguem embarcar até cerca de 300 passageiros por viagem, com menores consumos de combustível, em relação aos aviões que agora deixam a empresa.
Desde o final de 2009 a Qantas recebeu 140 aviões novos e retirou 80. Daí resulta que a companhia apresente hoje uma frota com uma média de idade de 7,7 anos, que é a mais baixa das últimas décadas da sua existência e abaixo das médias que hoje se verificam entre as mais importantes companhias aéreas da América do Norte, Europa e da região da Ásia/Pacífico.
- A imagem de abertura, que foi distribuída pela Qantas, mostra a foto de família da tripulação que voou o último Boeing 767 da companhia. Na outra imagem, vemos o avião quando se dirigia para o estacionamento no Aeroporto Internacional de Sydney.