O presidente da Câmara de Beja, Paulo Arsénio, defendeu serem necessárias obras de ampliação do aeroporto local, para que este possa apoiar Lisboa e receber mais voos, até estar pronto o futuro Aeroporto Luís de Camões.
Questionado pela agência de notícias ‘Lusa’ sobre o anúncio do Governo Português de aprovar a construção do novo aeroporto da região de Lisboa (NAL) no Campo de Tiro de Alcochete, o autarca de Beja, cidade alentejana, no sul do País, defendeu que esta decisão é uma oportunidade para obras na infraestrutura aeroportuária alentejana.
“Se, nos próximos anos, o Governo e a Vinci [proprietária da ANA – Aeroportos de Portugal] avançarem para a ampliação da placa de estacionamento e da aerogare, o Aeroporto de Beja pode receber muitos mais voos de passageiros”, defendeu o autarca neste sábado, dia 18 de maio.
E este acréscimo do número de voos de passageiros, a existirem as obras de ampliação, seria válido para “os próximos anos e até [para] depois do aeroporto em Alcochete estar construído”, sublinhou o autarca.
Segundo o eleito, “o Aeroporto de Beja tem uma vocação iminentemente industrial e comercial, mas pode servir também alguns voos civis” e apoiar o atual Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.
No entanto, frisou, a placa de estacionamento da infraestrutura “é relativamente pequena” e “tem voos ‘VIP/premium’ permanentemente estacionados, assim como aeronaves que vão entrar no hangar de reparação da [empresa de manutenção aeronáutica] MESA”.
A par disso, a aerogare “tem uma capacidade de processamento de apenas 250 passageiros por hora de entrada e de 250 passageiros de saída”.
Ou seja, atualmente, com o Aeroporto de Beja “a funcionar na sua capacidade máxima”, só há a possibilidade de “apenas um avião descolar e outro aterrar, por hora”, observou.
Para Paulo Arsénio, “seria importante que o concessionário”, a ANA, “ampliasse a placa de estacionamento e que a aerogare também fosse ampliada”.
Sobre a localização do futuro aeroporto, o presidente da Câmara de Beja frisou não ter “qualquer comentário” a fazer, até porque a opção recaiu naquela que foi a conclusão da Comissão Técnica Independente (CTI).
O Governo “optou por escolher Alcochete e legitimamente o fez. Provavelmente, seria o que qualquer outro governo da República de qualquer outro partido faria, em função do aprofundado estudo de todas as localizações [que foi efetuado] para acolher a alternativa ao aeroporto principal de Lisboa”, disse.