A Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) de Portugal avançou com uma ação inspetiva para averiguar irregularidades relacionadas com o direito à greve dos tripulantes da Ryanair, informou este domingo, dia 1 de abril, a entidade.
“A ACT tomou conhecimento de alegadas irregularidades relacionadas com o direito à greve dos tripulantes de cabina da companhia aérea Ryanair e desencadeou uma ação inspetiva, no decurso da qual serão adotados os procedimentos adequados”, disse fonte da ACT, contactada pela agência de notícias ‘Lusa’.
A entidade assegura ainda que se encontra a acompanhar “atentamente” a situação, de modo a “assegurar os direitos dos trabalhadores”.
A Ryanair admitiu ter recorrido a voluntários e a tripulação estrangeira durante a greve dos tripulantes portugueses, de acordo com um memorando enviado aos trabalhadores, a que a ‘Lusa’ teve acesso.
“Agradecemos a todos os que trabalharam na última quinta-feira, o vosso apoio é muito apreciado. Durante a greve portuguesa, muitas das nossas tripulações chamadas ao dever, juntamente com alguns voluntários extra e rotações vindas de bases não portuguesas, [fizeram] com que provocássemos apenas pequenas perturbações nos nossos voos e aos clientes”, lê-se no documento.
Já no domingo a presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) havia dito que “gostaria muito de ver” quem tem responsabilidades em Portugal a “tomar uma posição” sobre a greve dos tripulantes portugueses da Ryanair.
“Gostaria muito de ver quem tem responsabilidades neste país a tomar uma posição, não podem brincar com os portugueses, não podem pôr sempre os portugueses de chapéu na mão a pedir que venham para cá investir” e que quem invista em Portugal “faça ‘tábua rasa’ do nosso ordenamento jurídico e da nossa legislação”, disse à ‘Lusa’ a presidente do SNPVAC, Luciana Passo.
Segundo o SNPVAC, durante a manhã de domingo, dia 1 de abril, dos oito voos previstos no aeroporto Porto, cinco foram cancelados. Em Lisboa, dos cinco (um era voo doméstico, com destino ao Porto), dois foram cancelados.
Relativamente a Faro, dos sete voos programados, saíram três.
Este é o segundo de três dias de paralisação não consecutiva dos tripulantes da Ryanair, que termina na próxima quarta-feira, dia 4 de abril.