A avaliação final das opções estratégicas da Comissão Técnica Independente (CTI) que está a estudar a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa vai iniciar-se no próximo mês de maio, anunciou a sua coordenadora-geral.
Maria do Rosário Partidário falava na apresentação dos resultados das atividades desenvolvidas na primeira fase da Avaliação Ambiental Estratégica sobre o aumento da capacidade aeroportuária para a região de Lisboa, que decorreu na tarde desta quinta-feira, dia 27 de abril, no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), na capital portuguesa.
“A terceira fase começa em maio”, disse, referindo-se à fase de avaliação final das opções estratégicas.
A primeira fase da análise da CTI passou pelo reconhecimento e triagem de opções, com a seleção de opções estratégicas que passam à fase seguinte e cujo anúncio ocorreu nesta data.
A CTI anunciou que passaram à próxima fase de avaliação nove opções estratégicas, já que às cinco propostas pelo Governo – e que a comissão tem de avaliar – se somam mais quatro: Portela+Alcochete, Portela+Pegões, Rio Frio+Poceirão e Pegões.
A segunda fase do trabalho da CTI passa pelo quadro de avaliação estratégico, com os fatores críticos de decisão.
Na terceira fase está prevista a análise de tendências, e a avaliação das oportunidades e riscos das opções estratégicas em avaliação, utilizando o quadro de avaliação estratégica.
Criada no final do ano passado, a CTI tem com o objetivo de apresentar uma solução até ao final do ano.
Rosário Partidário assinalou a elevada participação no portal ‘AeroParticipa’, onde poderiam ser sugeridas localizações alternativas.
No total foram sugeridas 781 localizações, das quais 354 não tinham informação adicional a não ser apenas o nome da localização, 370 foram repetição de locais já em análise, 40 tinham mais informação e 17 tinham conteúdo “ofensivo ou de brincadeira”.
Desta lista, a CTI adicionou oito opções à lista para a seleção de opções estratégicas tecnicamente viáveis (Apostiça, Évora, Ota, Pegões-Vendas Novas, Poceirão, Rio Frio, Sintra e Tancos), pelo que para a decisão final desta quinta-feira estavam em análise 17 opções.
Às cinco opções avançadas pelo Governo (Portela+Montijo; Montijo+Portela; Alcochete; Portela +Santarém; Santarém), a CTI havia já juntado as opções Beja, Monte Real (Leiria), Portela + Alcochete e Alverca+ Portela.
Das 17 opções, com base em dez critérios técnico-científicos, passaram à lista final de soluções possíveis as opções: Aeroporto Humberto Delgado+Alcochete, Aeroporto Humberto Delgado+Pegões, Pegões e Rio Frio+Poceirão.
Maria do Rosário Partidário defende um único aeroporto
Entretanto, em entrevista ao programa ‘360 graus’ da RTP3, Maria do Rosário Partidário (nossa imagem de abertura), considerou que a solução de um só aeroporto é a mais favorável no longo prazo de forma a evitar a separação de recursos e dificuldades de gestão. Mas as hipóteses que contemplam duas diferentes localizações mantêm-se em cima da mesa, sublinhou.
“Do ponto de vista de eficiência da gestão aeroportuária é mais favorável a ser um aeroporto, porque com dois há uma divisão, uma separação dos recursos, e há uma maior dificuldade de gestão, nomeadamente ao nível das ligações, quer das companhias quer dos passageiros”, resumiu.
Entrevistada no dia em que a comissão técnica apresentou uma lista de nove opções possíveis para o futuro aeroporto de Lisboa, a responsável afirmou esperar que seja possível fazer apenas uma recomendação estratégica (com um ou mais aeroportos) no final dos trabalhos.
“Achamos que do ponto de vista de funcionamento e gestão do aeroporto, é melhor se ele for único. Mas temos outras condições e outras circunstâncias para ter em conta. Portanto, neste momento ainda não está decidido se favorecemos mais a solução de aeroporto único”, vincou.
“Estamos muito inclinados para ser uma solução que tenha flexibilidade e que tenha capacidade de expansão a longo prazo. E que constitua um tipo de cidade aeroportuária, uma cidade não residencial, mas uma cidade do ponto de vista industrial”, assumiu ainda.