Os voos comerciais domésticos no Brasil registaram em 2016 uma quebra de 5,47% no número de passageiros embarcados (pouco mais de 87,6 milhões), uma retração da oferta de lugares da ordem de 5,74% e um total de viagens 7,45% mais baixo.
Com a oferta recuando um pouco mais do que a demanda em 2016, a ocupação média dos voos (designada internacionalmente por load-factor e no Brasil por fator de aproveitamento) teve uma leve alta de 0,23 ponto percentual, fechando em 80,14 por cento. Os resultados são referentes à compilação das estatísticas das empresas integrantes da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) – Avianca Brasil, AZUL, GOL e LATAM Airlines Brasil.
Nos 12 meses de 2015 (em relação a 2014), a oferta havia crescido 0,81%, a demanda avançava 0,84% e o total de viagens já apresentava redução de 0,07%, totalizando 94,7 milhões de passageiros embarcados.
“A procura por voos domésticos e o número de passageiros transportados estão em redução há 17 meses consecutivos. O desfecho desse ano não teria como ser diferente”, recorda o presidente da ABEAR, Eduardo Sanovicz. “Esses resultados são reflexo direto da crise económica no país, de uma postura de cautela com os gastos por parte do consumidor comum e do recuo das atividades das empresas”, explica.
“Isso reforça a urgência da implantação da agenda de correção de distorções do setor e de retomada do crescimento. É preciso avançar com a diminuição dos custos do setor: a revisão da precificação do combustível de aviação e a tributação do ICMS nos voos doméstico. É imprescindível aprovar o novo conjunto de regras de diretos e deveres de companhias aéreas e passageiros, alinhando nossa realidade ao restante do mundo, atraindo investimentos e possibilitando a oferta de passagens ainda mais baratas, que caibam no bolso de todos os consumidores”.
Para o conjunto das associadas ABEAR (incluindo companhias que pertenceram aos mesmos grupos dessas empresas no passado), em números absolutos, 2016 registou o menor nível de oferta desde 2010. A demanda, por sua vez, foi a mais baixa desde 2013. Já o volume de passageiros foi o menor desde 2012.