A Avianca suspendeu o projeto de fusão com a Avianca Brasil, anunciou na semana passada a revista internacional ‘FlightGlobal’, especialista em assuntos de aviação.
A suspensão ocorre cerca de dois meses depois da Avianca Brasil ter recorrido à Justiça a solicitar proteção de credores, face a um cenário de bancarrota. Fonte da Avianca, em Bogotá (Colômbia) disse à revista britânica que o processo “está suspenso por largo período de tempo e adiado indefinidamente”.
A maioria das ações da Avianca pertencem ao Grupo Synergy Aerospace, que também controla a companhia brasileira que, contudo, tem uma personalidade jurídica e gestão separadas, pois é propriedade de uma empresa nacional, a Ocean Air Linhas Aéreas, que passou para as mãos do empresário German Efromovich no final dos anos noventa do século passado.
A empresa trabalha com a denominação Avianca Brasil desde de 26 de abril de 2010, tendo como administrador José Efromovich, irmão e sócio de German, um empresário boliviano do sector dos petróleos, que recebeu a companhia brasileira, então com apenas um avião Embraer Brasília, em pagamento de uma dívida de uma empresa petrolífera, que tinha sede no Rio de Janeiro. Antes de assumir a designação Avianca Brasil, a Ocean Air Linhas Aéreas tinha servido de veículo para a compra da companhia colombiana Avianca, a segunda companhia aérea mais antiga do mundo, que se encontrava em situação financeira desesperada. Isso passou-se em março de 2004. Seguiu-se um processo de aquisições e fusões com outras companhias de menor dimensão em países latino-americanos que resultou na Avianca que hoje todos conhecemos.
A subsidiaria brasileira, cujas contas não consolidam na Avianca Internacional, teve também o seu tempo de glória e crescimento de tráfego e frota desde o início da corrente década, mas a verdade é que agora o futuro é muito sombrio, devido aos grandes problemas financeiros. A Avianca Brasil foi a primeira companhia brasileira a receber os novos Airbus A320neo.
No terceiro trimestre de 2018, a Avianca Brasil reportou um prejuízo líquido de 188 milhões de reais (cerca de 50,3 milhões de dólares), segundo os resultados depositados na ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), destaca o ‘FlightGlobal’. Nos primeiros nove meses de 2018 o prejuízo declarado já somava 464 milhões de reais (50,3 milhões de dólares). Nos anos anteriores, de acordo com os relatórios das contas depositados na entidade reguladora da aviação no Brasil, os resultados alternaram: em 2016 a Avianca Brasil teve 71,4 milhões de reais de prejuízo e em 2017 recuperou para um lucro líquido de 41,6 milhões de reais.
Avianca Brasil e Avianca Colombia tem os mesmos donos e nós Brasileiros pagaremos a conta.