Um avião ambulância ao serviço da companhia Sénégal Air que fazia um voo de transporte de uma doente francesa de Ouagadogou, no Burkina Fasso, para Dakar, no Senegal, está desaparecido desde a noite do passado sábado, dia 5 de setembro, presumindo-se que tenha caído no mar, em pleno Oceano Atlântico, frente à costa senegalesa, no continente africano. A aeronave é um jato, tipo executivo, Hawker Siddeley HS-125 700B, matrícula 6V-AIM, que é convertível em avião sanitário.
A bordo seguiam três pilotos, dois argelinos e um congolês, um médico e dois enfermeiros do Burkina Faso, além da doente, uma francesa que estava a ser levada de urgência para um hospital do Senegal devido a doença grave. Encontram-se desaparecidos desde a noite de sábado para domingo passados, dias 5 para 6 de setembro, tal como o aparelho em que viajavam e sobre cujo paradeiro não há ainda quaisquer notícias.
As buscas têm sido feitas por mar e ar, coordenadas pelos militares senegaleses, com supervisão das autoridades aeronáuticas nacionais.
As notícias sobre este acontecimento, que ocorreu já há três dias, são pouco claras e está a ganhar alguma consistência a versão de que o avião ambulância caiu no mar depois de ter colidido com um Boeing 737-800 da CEIBA Intercontinental, companhia de bandeira da Guiné Equatorial. O jato comercial voava a cerca de 10.000 metros de altitude quando foi surpreendido por um outro avião, tipo jato executivo, que ter-lhe-á embatido. Desta hipotética colisão terá resultado uma eventual avaria no avião ambulância senegalês, que foi responsável pela sua queda no mar.
Segundo a imprensa senegalesa, nomeadamente o portal de notícias ‘dakaractu.com’ o Boeing 737-800, matrícula 3C-LLY, que fazia o voo CEL071 entre o aeroporto da capital senegalesa, Dakar, e o aeroporto de Cotonu, no Benim, divergiu para o aeroporto de Malabo, na Guiné Equatorial, onde pousou em segurança. Os cerca de 100 passageiros que seguiam a bordo foram levados para o seu destino num outro avião, no domingo, dia 6 de setembro.
Um passageiro que seguia a bordo do Boeing da CEIBA Intercontinental, viajando na Classe Executiva, disse que sentiu uma oscilação no avião, como se tivesse colidido com algum objecto, mas como a tripulação nada reportou não valorizou. Mais tarde quando foi informado de que o Boeing 737-800 iria divergir para Malabo, é que se apercebeu de que algo estaria a correr mal e poderia ter sido essa a causa. Contudo, disse a um jornal senegalês que a viagem continuou a ser boa e que a aeronave demorou algum tempo a pousar, pois fontes aeroportuárias confirmaram que o avião tinha estado a queimar ou a deitar ao mar combustível, sobre o que não há confirmação oficial.
A tese da colisão ganhou maior consistência depois da autoridade nacional da aviação civil do Senegal ter admitido oficialmente, já no domingo, que um Boeing 737-800 tinha reportado uma colisão com um avião tipo executivo a cerca de 555 quilómetros de distância do Aeroporto de Dakar sobre o mar. As notícias do aeroporto dizem que o avião ambulância vinha sem comunicações e que desapareceu dos radares quando estava a 111 quilómetros da capital senegalesa.
As autoridades do Senegal estão empenhadas em encontrar os destroços do aparelho desaparecido, pois dizem que só as caixas negras do avião poderão confirmar o que aconteceu. Contudo, a chave para iniciar a investigação deve estar no Boeing 737-800 que pousou em Malabo e cuja inspeção poderá fornecer indícios importantes para o inquérito. As autoridades da Guiné Equatorial continuam em silêncio sobre esta ocorrência.
- Foto: Bastien Engerbeau/PictAero.com