Avião com paraquedistas cai no Alentejo – Um morto confirmado

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Um avião monomotor Pilatus PC-6/B2-H2, com matrícula alemã (D-FSCB), operado pelo Grupo Seven Air, este com sede em Lisboa, que estava ao serviço da empresa ‘Queda Livre – Escola de Paraquedismo’, com sede em Figueira dos Cavaleiros, desintegrou-se em pleno voo, neste domingo, dia 19 de junho, quando fazia uma viagem para largada de paraquedistas na freguesia de Canhestros, em Ferreira do Alentejo, distrito de Beja, na região do Alentejo, Sul de Portugal.

Do acidente resultou um morto, que era o piloto da aeronave sinistrada (de nacionalidade belga, segundo o jornal digital ‘Observador’) e mais sete feridos, dois dos quais em estado grave, que foram encaminhados para hospitais principais no Alentejo.

O Comando Operacional de Operações de Socorro da Autoridade Nacional de Proteção Civil comunicou que o alerta foi recebido em Beja  pelas 19h08 locais, altura em que se iniciaram as buscas. Segundo informação das autoridades os destroços do avião espalharam-se por uma zona com cerca de três quilómetros de extensão e um dos feridos só foi descoberto muito mais tarde, pois encontrava-se num terreno de densa arborização.

Segundo noticiam alguns canais televisivos em Portugal os feridos são todos praticantes de paraquedismo que saltaram com os seus próprios parqueadas quando se aperceberam da anomalia, pois o avião já se encontrava na zona prevista de largada, a cerca de sete mil pés de altitude (cerca de 2.100 metros). O piloto era o único ocupante da aeronave que não estava munido de paraqueadas, tendo falecido devido a ferimentos sofridos no impacto com o solo.

O ‘Diário de Notícias’ de Lisboa refere na sua edição digital que alguns dos paraquedistas, que se salvaram por terem armado os seus próprios paraquedas na altura e altitude certas, relataram que o avião desintegrou-se em pleno voo e começou a cair aos bocados, desmentindo assim a hipótese apontada anteriormente por algumas supostas testemunhas de que a aeronave teria explodido.

O mesmo jornal refere que o avião tinha estado em Espanha na semana passada onde foi submetido a trabalhos de manutenção técnica e inspeção. Não se conhece qualquer versão oficial sobre este desastre, cabendo agora ao GPIAA (Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes Aéreos) a organização do inquérito que apurará a forma como o acidente aconteceu e o que terá levado à queda da aeronave.

 

Avião sinistrado tinha 49 anos de serviço

O aparelho acidentado estava em Portugal desde o ano passado, altura em que passou a voar com as cores da empresa de aviação privada portuguesa, embora mantendo a matrícula alemã. Segundo a base de dados ‘Airport-Data.com’, que inventaria grande parte dos aviões ligeiros em serviço, o D-FSCB é uma aeronave que foi construída em 1967 e que saiu de fábrica com o número de série 634. Nos últimos anos, entre 2012 e 2014, esteve ao serviço de uma outra escola de pára-quedismo, a ‘Skydive Westerwald’, na Alemanha. No total, seguindo e tomando como fiáveis as notas da base de dados referida, o avião tinha 49 anos de serviço.

 

Engenheiros da ‘Pilatus Aircraft’ participam no inquérito

O GPIAA já tem dois técnicos no local do desastre a recolher informações para o inquérito ao acidente que provocou a queda da aeronave que estava ao serviço do Grupo Seven Air e a morte do seu piloto, foi anunciado nesta segunda-feira, dia 20 de junho.

Álvaro Neves, diretor do GPIAA, disse à agência noticiosa Lusa que dois engenheiros da empresa suíça fabricante da aeronave, a ‘Pilatus Aircraft’, chegarão nesta segunda-feira a Lisboa para participarem no inquérito oficial. Os dois engenheiros vão ajudar os investigadores do GPIAA a fazerem “um levantamento mais exaustivo” e a perceberem as causas do acidente com a aeronave.

 

Diretor do GPIAA diz que desastre se deveu a “desintegração em voo da estrutura da aeronave”

O acidente aéreo ocorrido no Alentejo terá sido provocado pela “desintegração em voo da estrutura da aeronave”, segundo o gabinete que investiga as causas do desastre.

O diretor do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves (GPIAA), Álvaro Neves, revelou que as averiguações “indicam que a causa principal do acidente terá sido a desintegração em voo da estrutura da aeronave”, refere um despacho da agência de notícias Lusa, na tarde desta segunda-feira, dia 20 de junho.

Uma equipa constituída por “algumas dezenas de pessoas”, entre elementos do GPIAA, da GNR e da empresa que operava o avião, está a “bater” a área onde a aeronave caiu, na zona de Canhestros, no concelho de Ferreira do Alentejo, distrito de Beja, em busca dos destroços.

Segundo Álvaro Neves, que excluiu as hipóteses de explosão ou incêndio da aeronave durante o voo, os destroços “estão espalhados por uma área grande, mais ou menos 1.600 metros desde o primeiro ao último destroço”, mas ainda falta encontrar a cauda do avião.

“Já encontrámos as outras peças, a parte do nariz, o motor e as asas, que estão dispersas ao longo desses 1.600 metros. Mas a cauda ainda não e já fizemos muitos quilómetros quadrados” no campo, “no meio das muitas azinheiras e sobreiros” existentes no local, disse.

A cauda, realçou Álvaro Neves, “é uma parte importante da aeronave” e “a resposta para, no fundo, identificar a causa” do acidente, que os investigadores acreditam dever-se à “desintegração estrutural” do avião em pleno voo.

De acordo com os testemunhos dos “paraquedistas que se salvaram”, disse o diretor do GPIAA, “a cauda foi a primeira parte da aeronave a ‘rasgar’ e a saltar fora”.

“Essa parte é mais de metade do avião e precisamos dela para avaliar a estrutura e perceber onde é que começou a ‘rasgar'”, precisou.

A equipa que se encontra na zona vai continuar a “bater” o terreno, em busca dessa parte da aeronave que caiu no domingo, do modelo Pilatus PC6, contando também, agora, ao final da tarde, com o apoio de um avião ultraligeiro: “Vamos tentar ver se o piloto, lá de cima, consegue alguma referência que nos ajude a localizar a cauda”, explicou Álvaro Neves.

Na terça-feira, acrescentou, prosseguem também as investigações no terreno, pois, o GPIAA vai contar com o auxílio de dois engenheiros da empresa Pilatus Aircraft, o fabricante suíço da aeronave.

“Vamos avaliar peça por peça para perceber onde é que foi o princípio da rotura estrutural”, sublinhou.

A aeronave acidentada, com capacidade para 10 pessoas, transportava oito ocupantes e, apesar de ter matrícula alemã e ainda pertencer a um operador privado alemão, o seu usufruto é da responsabilidade do Grupo 7Air, cuja empresa Skyfall, dedicada à atividade de paraquedismo, é que promoveu o voo realizado no domingo.

O acidente provocou a morte do piloto, um belga de 27 anos. Os outros sete ocupantes eram paraquedistas, tendo quatro deles ficado feridos, dois graves e dois ligeiros.

Em comunicado enviado à Lusa, a Skyfall e o Grupo 7Air enalteceram o “profissionalismo e altruísmo” do piloto, afirmando que, com a sua ação, “terá contribuído para que não se registassem mais fatalidades”.

Fonte do Grupo 7Air revelou também à Lusa que o corpo do piloto “foi encontrado com o paraquedas colocado”, equipamento que também estava a ser usado pelos sete paraquedistas que seguiam na aeronave

 

  • Notícia em atualização – 21h00 UTC de segunda-feira, dia 20 de junho.
  • Na imagem de entrada vemos o avião acidentado. Foto © Rafael Vieira.

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