Um Boeing 737-800 da companhia francesa Transavia que, na passada sexta-feira, dia 3 de janeiro, fazia o voo TO3450, entre os aeroportos do Porto, no norte de Portugal, e da ilha da Madeira, divergiu para o aeroporto de origem, após doença repentina do comandante da aeronave.
O avião, matrícula F-HTVG, descolou do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, pelas 10h00 locais, e deveria aterrar no Aeroporto da Madeira – Cristiano Ronaldo, cerca de 01h45 depois.
Segundo as informações confirmadas junto de fontes aeroportuárias, a cerca de 200 milhas do destino (o trajeto é de cerca de 650 milhas) o comandante sentiu-se mal e teve um desmaio momentâneo, pelo que, pelas regras observadas internacionalmente e pela própria companhia aérea, o co-piloto teve de tomar o controlo do voo.
Foi decidido regressar ao Aeroporto do Porto, onde o avião aterrou normalmente cerca de 02h15 após a descolagem. Os passageiros foram protegidos em voos seguintes com destino à ilha da Madeira.
A decisão de regressar ao Porto deveu-se ao facto do co-piloto não estar habilitado para aterrar na ilha da Madeira. As autoridades aeronáuticas portuguesas, perante as características especiais do Aeroporto da Madeira, nomeadamente o facto de estar situado na base de uma encosta montanhosa, e, muitas vezes, com ventos cruzados na aproximação e sobre as pistas, exige aos pilotos um currículo de, pelo menos, 200 horas de voo no aparelho que está a pilotar e, sobretudo, um treino suplementar em simulador. Contudo, o avião estava mais próximo do Porto Santo, outra ilha do arquipélago da Madeira, que tem uma pista perfeitamente operacional e que não exige formação especial aos pilotos comerciais. Não se entendeu bem a opção, já que as normas indicam que o co-piloto deve aterrar no aeroporto mais próximo e esse estaria a menos tempo de voo. Admite-se que, por razões operacionais, ditadas pela Transavia, tenha seguido para o aeroporto de procedência.
O comandante foi assistido a bordo do avião por um médico que seguia como passageiro, sendo depois recebido por uma equipa dos serviços de socorro médico do Aeroporto do Porto e, observado numa clínica da cidade do Porto. Informações recolhidas pelo ‘Newsavia’ indicam que terá sido vítima de uma indisposição passageira ou de uma quebra de tensão arterial, sem gravidade.