A South African Airways (SAA) anunciou nesta terça-feira, dia 22 de outubro, que decidiu parar alguns aviões da sua frota comercial, a fim de serem sujeitos a inspeções técnicas de verificação de conformidades, o que deverá provocar atrasos e cancelamentos de voos em toda a sua rede. Uma equipa especial está a acompanhara situação dos passageiros afetados e a procurar enviá-los em voos alternativos, adiantou a empresa.
A SAA, companhia aérea de bandeira da República da África do Sul, está a passar por uma situação financeira muito grave, com uma dívida gigantesca, e tem sido acusada pela imprensa nacional de estar a funcionar fora dos padrões de segurança determinados pelas autoridades reguladoras. Contudo, ainda nada foi provado, não obstante alguns atrasos e cancelamentos de voos por falta de equipamento disponível.
O que terá levado as autoridades nacionais, nomeadamente a Autoridade de Aviação Civil da África do Sul (SACAA) a solicitar uma revisão urgente nos equipamentos foi uma inspeção feita à companhia de engenharia e manutenção da SAA, a South African Airways Technical (SAAT), que teria encontrado indícios de peças não certificadas, segundo denunciou a imprensa sul-africana.
A SAA tomou uma posição firme contra essa denúncia, desmentindo eventuais irregularidades na sua subsidiária, e afastando a sua ligação ao comércio clandestino de peças para aviões, não certificadas pelas entidades de direito.
A inspeção das aeronaves está a afetar outras duas companhias do Grupo SAA, a Mango Airlines e a Comair, que também têm aviões em terra para serem revistos. Os inspetores estão também a procurar nos armazéns da SAAT indícios que, de alguma forma, possam comprometer a empresa com a aquisição de peças em fornecedores não autorizados.
O jornal sul-africano ‘Sunday Times’ noticiou no início deste mês que um Boeing 737 da companhia de baixo custo Mango teria sofrido uma queda de altitude durante um voo entre Joanesburgo e a Cidade do Cabo devido a avaria num motor, provocada por uma peça defeituosa. A conclusão preliminar do relatório do incidente terá indicado que não foi possível obter o histórico da peça de substituição, o que confirmava uma desconformidade com os padrões da manutenção técnica do Grupo SAA, que negou, de forma veemente, que tal tivesse ocorrido. Negou ainda a sua ligação a circuitos de venda clandestina de peças sobressalentes, oriundos de países europeus.
“Embora qualquer ato criminoso não possa ser descartado, é falso que exista um sindicato internacional de criminosos que tenha se infiltrado na SAA ou na SAAT e que seja responsável por manipulação e/ou corrupção de propostas de aquisição de materiais. Não há ligação, direta ou indireta, entre o incidente da aeronave envolvendo o voo da Mango relatado e assuntos que estão atualmente sob investigação na SAAT”, dizia um comunicado do grupo aérea sul-africano.