A companhia aérea brasileira Azul formalizou o seu apoio ao ‘Fadigômetro’, um projeto desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Física, Instituto de Biociências e Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo para gerir os riscos da fadiga na aviação.
Projeto pioneiro, o ‘Fadigômetro’ tem por objetivo a criação de um banco de dados sobre o estado de alerta das tripulações da aviação civil brasileira durante as suas jornadas de trabalho a fim de identificar perigos relativos à queda do desempenho cognitivo e, assim, mitigar possíveis incidentes derivados do cansaço. Para isso, os pesquisadores começaram a mapear e analisar as escalas de trabalho dos aeronautas com a ajuda de um software de gerenciamento de fadiga humana SAFTE-FAST (Sleep, Activity, Fatigue, and Task Effectiveness – Fatigue Avoidance Scheduling Tool).
Baseado em um modelo biomatemático, o algoritmo leva em conta o processo homeostático, ritmos circadianos associados à atenção/vigília e à inércia do sono para, a partir desses dados, construir relatórios que podem ajudar a propor métodos para a análise do risco da fadiga bem como estratégias para sua mitigação.
Através do apoio da Azul, o ‘Fadigômetro’ tem acesso não-nominal às escalas de voos dos pilotos e comissários da companhia, que fazem a sua adesão de forma voluntária e anónima na pesquisa.
“Os resultados desse estudo serão importantes para balizar com maior precisão nossas escalas de trabalho para os aeronautas, garantindo a saúde e a segurança de todos. Estamos muito honrados em participar dessa pesquisa pioneira no mundo que nos ajudará a avaliar a jornada de nossos tripulantes, gerando uma sinergia com nosso primeiro valor na Azul: a segurança”, afirma Ivan Carvalho, diretor de Segurança Operacional da companhia.
O ‘Fadigômetro’ é um projeto financiado e desenvolvido em uma parceria entre o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), Associação Brasileira de Pilotos da Aviação Civil (ABRAPAC), ASAGOL (Associação dos Aeronautas da Gol) e ATL (Associação dos Tripulantes da Latam Brasil).
Resultados iniciais da pesquisa, referentes ao ano de 2018, podem ser encontrados em publicação recente na Revista Brasileira de Medicina do Trabalho.