Azul está a criar uma companhia aérea de bandeira uruguaia

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O presidente e o vice-presidente da Azul Linhas Aéreas Brasileiras encontraram-se com o Presidente da República do Uruguai e com alguns ministros do País numa reunião que teve por principal propósito o anúncio das diligências que estão a ser feitas pela companhia aérea brasileira tendo em vista a criação de uma empresa semelhante com base no Aeroporto Internacional de Carrasco da cidade de Montevidéu.

O jornal ‘Observador’ noticiou na semana passada que os trabalhos estão a seguir a bom ritmo e que a intenção é criar uma nova companhia e não recuperar a ‘Alas Uruguay’, companhia aérea criada no ano passado e que se encontra em insolvência, após alguns poucos meses de atividade. Durante o corrente mês de Dezembro uma delegação técnica da Azul deslocar-se-á a Montevideu onde dará continuidade ao projeto.

O jornal adianta que a pretensão dos empresários brasileiros é constituir uma empresa de transporte aéreo regional, com uma frota de seis a oito aeronaves. O encontro serviu também para o presidente da Azul solicitar uma melhor atenção das autoridades uruguaias para o projeto da Azul, nomeadamente ao nível das licenças e autorizações governamentais, pois sabe-se que tanto a Alas Uruguay como a Amaszonas, companhia boliviana que abrirá no início de 2017 uma filial no Uruguay, tiveram grandes problemas nesses processos, sendo vítimas da uma burocracia excessiva e um tempo de espera injustificável.

A Azul já opera voos de Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul, para os aeroportos uruguaios de Montevidéu e de Punta del Este.

A provável entrada da Azul no mercado do Uruguai é vista com grande esperança por muitos profissionais que acabam de ser atirados para o desemprego com a falência da Alas Uruguay. A Azul manifestou aos responsáveis políticos uruguaios que a companhia poderá admitir entre 100 a 120 desses funcionários, refere o ‘El Observador’.

 

Posição estratégica no cone sul do continente americano

A concretizar-se este projeto da Azul, a companhia brasileira fundada por David Neeleman, passará a dispor de uma excelente posição no cone sul da América, baseada num dos mais modernos aeroportos da América Latina, considerado também um dos mais bonitos do mundo (a obra de remodelação foi inaugurada em 2014).

O Aeroporto Internacional de Carrasco/General Cesareo L. Berisso está localizado a cerca de 20 quilómetros da cidade de Montevidéu. Foi privatizado em 2003 e é gerido pela ‘Corporación América’, uma empresa argentina, que também ganhou a privatização de dois aeroportos brasileiros: o de Brasília, no Distrito Federal, e o de São Gonçalo de Amarante, inaugurado em 2014 e que serve a cidade de Natal, capital do Estado do Rio Grande do Norte. As obras de remodelação e reforma dos terminais custaram 165 milhões de dólares norte-americanos.

Além da posição estratégica que a Azul irá ocupar na América do Sul com a criação de uma empresa no Uruguai, a companhia brasileira resolve ainda um problema que hoje aflige todas as empresas similares no Brasil, que é o excesso de frota resultante de uma recessão económico-financeira, que tem retirado milhares de passageiros dos aeroportos.

Recorde-se que a Azul já cedeu à TAP Portugal nove aviões Embraer e oito ATR72-600, além de dois Airbus A330-200. A companhia portuguesa renegociou os leasings destas aeronaves, libertando a Azul dessa responsabilidade. Há ainda a acrescentar que a Azul já começou a receber os Airbus A320neo, que chegam ao Brasil para retirar lugar ao Embraer, em rotas internas de maior densidade de tráfego.

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