A AZUL Linhas Aéreas Brasileiras registou um prejuízo de 2,9 mil milhões (bilhões no Brasil) de reais (450 milhões de euros) no segundo trimestre de 2020, segundo balanço financeiro divulgado pela empresa nesta quinta-feira, dia 13 de agosto
O prejuízo da companhia aérea brasileira controlada por David Neeleman foi provocado principalmente pela diminuição da operação durante a pandemia e pela desvalorização da moeda brasileira, o real.
As perdas registadas entre abril e junho contrastam com o lucro de 351,6 milhões de reais (55 milhões de euros) obtido em igual período de 2019.
“O segundo trimestre de 2020 foi, sem dúvida, o mais desafiante da história da aviação”, afirmou John Rodgerson, presidente da Azul, na informação divulgada.
“A paralisação da economia global desde a segunda quinzena de março fez com que as viagens aéreas ao redor do mundo fossem severamente prejudicadas. No Brasil não foi diferente, e a procura de passageiros diminuiu 85% durante o segundo trimestre, ao passo que o real desvalorizou 38% ano contra ano, pressionando ainda mais os nossos custos”, acrescentou.
A receita consolidada da Azul no segundo trimestre do ano caiu 84,7% para 401,6 milhões de reais (62,7 milhões de euros), segundo as informações divulgadas pela empresa.
A maior queda foi a do serviço a passageiros, cuja faturação caiu 89%, para 282,5 milhões de reais (44,1 milhões de euros), com menos voos sendo oferecidos devido ao impacto da pandemia de covid-19 na procura.
A geração de caixa, medida pelo resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA na sigla em inglês) registou resultado negativo de 324,3 milhões de reais (50,6 milhões de euros) no segundo trimestre face a um resultado positivo de 733,2 milhões de reais (114,6 milhões de euros) obtido no mesmo período do ano passado.
A dívida bruta total da Azul de abril a junho reduziu 5,8% para 18,9 mil milhões de reais (2,9 mil milhões de euros) face ao primeiro trimestre do ano, principalmente devido à redução de 10,5% no passivo de arrendamento como resultado das negociações do plano de recuperação da empresa, parcialmente compensado pela depreciação de 5,3% do real no final do período.
“Com a implementação de plano de recuperação, a companhia espera reduzir ainda mais os seus passivos de arrendamento para 12,5 mil milhões de reais [1,9 mil milhões de euros] até o final de 2020, embora o real tenha desvalorizado mais de 35% desde o início da pandemia”, diz a companhia aérea brasileira no seu balanço financeiro.
A Azul também relatou perdas de 238,9 milhões de reais (37,3 milhões de euros) no segundo trimestre do ano relacionadas com a redução no valor da participação da empresa na companhia aérea portuguesa TAP, que informou terem sido parcialmente compensadas pela depreciação da moeda brasileira face ao euro no final do período.
Na segunda-feira, acionistas da Azul aprovaram a venda da participação da empresa na TAP ao Governo português.
Foram aprovadas a eliminação dos direitos de conversão em ações das obrigações relativas ao empréstimo da Azul à TAP, realizado em 2016, de 90 milhões de euros, e a alienação da posição da Global AzurAir Projects na TAP pelo “valor total de, ao menos”, 10,5 milhões de euros.