Banco sueco recusa baixar juros no negócio dos Gripen brasileiros

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O banco de desenvolvimento sueco que financia a venda dos 36 caças-bombardeiros Gripen NG, fabricados pela Saab, ao Brasil, não cede e não deverá baixar os juros acordados para esta transacção.

O jornal ‘Estado de São Paulo’ noticia que a reunião de uma delegação do ‘Swedish Export Credit Corporation’, realizada em Brasília, nesta segunda-feira, com o ministro da Defesa, Jaques Wagner, terminou sem acordo.


Os suecos deslocaram-se ao Brasil, a pedido do Governo de Dilma Rousseff para uma conversa sobre os termos de financiamento do contrato, dos quais o governo brasileiro pede redução de juros, mas não reagiram de forma positiva à proposta do ministro Jaques Wagner.

Um pré-contrato foi fechado em Outubro de 2014, com a previsão de juros em 2,54% ao ano. Este ano, no entanto, em pleno ajuste fiscal, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, passou a insistir em uma redução desse número, alegando que uma mudança permitiria ao Brasil gastar mil milhões (um bilhão) de dólares a menos em 25 anos. O contrato é da ordem de 4,8 mil milhões (bilhões) de dólares, a preços de hoje, de acordo com a Aeronáutica. O banco sueco de fomento financiará 100% do projeto, com oito anos de carência e 15 anos para pagamento. Todas as 36 aeronaves serão entregues antes de o financiamento começar a ser pago.

 

Prazo de assinatura extendido até Outubro

O contrato final deveria ter sido assinado até o fim de junho, ou o pré-contrato perderia validade. No entanto, em 23 de junho, a própria presidente Dilma Rousseff telefonou para o primeiro-ministro da Suécia, Stefan Löfven, para conseguir uma extensão desse prazo, e agora a negociação pode ir até outubro, mas por enquanto não há sinais de que o tempo a mais vá trazer uma solução.

Os suecos alegam que não podem mudar os juros previstos no pré-contrato, aprovado pelo Parlamento e que tem base na taxa prevista pelo Banco Central Europeu. Mais do que isso, apesar do interesse no negócio – o maior já feito para a venda do Gripen -, a redução dos juros abriria um precedente que o país não estaria disposto a enfrentar, já que 60% da sua economia vem de exportações.

“A diretoria do SEK, que esteve ontem com Wagner, teria oferecido, mais uma vez, a dilatação dos prazos de pagamento, reduzindo a parcela que deveria ser paga em 2016. Mas a equipa económica acha que isso não é suficiente e insiste na redução dos juros. Na verdade, o governo brasileiro ainda acha que poderá contar com a boa vontade dos suecos porque eles também têm interesse no projeto. Acreditam ainda que o sinal disso foi que eles já aceitaram um pedido do Levy de redução de R$ 1 bilhão para R$ 200 milhões de previsão de desembolso da primeira parcela, em função do forte ajuste fiscal que está em curso no País”, escreve nesta terça-feira, dia 28 de Julho, o ‘Estado de São Paulo”.

O jornal paulista adianta que “a falta de um acordo, no entanto, atrasa o acesso brasileiro à tecnologia do Gripen”.

“O contrato precisa ser assinado para que o primeiro grupo de 100 engenheiros brasileiros da Embraer, além dos técnicos da Aeronáutica, possa se mudar para a Suécia e participar do desenvolvimento do novo modelo do caça. Enquanto o trabalho lá continua, os brasileiros ficam à margem do desenvolvimento de tecnologia, justamente a parte que mais interessava à Aeronáutica quando se decidiu pela aeronave sueca”, conclui o texto do ‘Estado de São Paulo’.

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