Amanhecemos no ar e aterramos às 7.40h em Nyaung-U, localidade do aeroporto que nos levará a Bagan. São dez minutos de táxi até ao nosso hotel, Zfreeti. Em frente ao hotel já há uma barraquinha para aluguer de e-bikes. Vamos cuscar e fazemos logo negócio: 7000 kyats cada uma por um dia! A minha companheira de viagem nunca conduziu scooters e por isso faz um pequeno treino de 5 minutos; está apta, já podemos explorar!
Teremos três noites de estadia em Bagan, foi o que os experientes nos sugeriram e na verdade talvez seja esse o tempo ideal para conhecer minimamente os tantos quilómetros de beleza arqueológica graças aos aproximadamente 2500 templos budistas antigos!
Irei descrever o nosso roteiro pelos templos aqui neste post, porém não entrarei em pormenores de dias já que, na minha opinião, cada visitante deve fazer o seu pequeno plano de visita para Bagan. Não dá para seguir à risca os percursos de quem já cá passou porque a ideia mesmo é ir inventando ao longo dos caminhos e templos que vamos encontrando. Penso que o improviso deve estar presente também, soube-me pela vida ir virando tanto à esquerda como à direita, sem saber muito bem quais os templos que me esperavam!
O primeiro templo a ser visitado foi o Shwe Zi Gone Pagoda, é bonito mas inicialmente senti uma grande desilusão porque o comparei aos templos de Yangon: estes são antigos, Maricleta, não esperes grandes luxos! E entretanto, vou-me adaptando à nova beleza destes templos, construídos entre os séculos XI e XIII, vamos parando aqui e ali e o encanto vai aumentando.
A cada dez metros de e-bike aparecem novos templos, novos cenários. É um espírito tão pacífico que nos invade, uma mística sem explicação. Imaginar a força que inspirou os construtores dos templos, a sua fé, dedicação, tudo junto com o silêncio dos pássaros e da e-bike, nada mais em alguns caminhos de areia, é realmente uma experiência única.
O nosso melhor nascer do sol do mundo pode muito provavelmente ser aqui em Bagan, içados num dos poucos templos onde se pode subir. Descobri várias dicas pela internet, sobre qual o melhor templo para ver o nascer do sol e qual o melhor para o pôr do sol. A grande questão aqui é se queremos ver essas maravilhas num templo calmo sem muitas pessoas, ou se não nos importamos de assistir com uma pequena multidão. Nós optámos por não nos importar com os outros curiosos, até porque de cada vez que tentámos encontrar algum templo alternativo apareceram burmas querendo levar-nos ao templo deles, a troco de dinheiro!
Para o pôr do sol escolhemos o Phya Tha Da e para o nascer foi o Shwe San Daw Pagoda. Ambos são acessíveis a autocarros, por isso têm mais multidão. De qualquer forma há sempre um bocadinho de espaço por onde podemos furar com a objectiva da câmara fotográfica para disparar o maior número de cliques das nossas vidas! Literalmente… É um espectáculo divinal, muito lindo mesmo… Os balões de ar quente que sobem à medida que o sol também sobe, embelezam tanto as fotografias… E se apanharmos um bando de pássaros ao mesmo tempo, melhor ainda! Quanto ao balão, os nossos dias de estadia já estavam esgotados, de qualquer forma já seria algo que eu poderia viver sem, pois além de um pouco caro (aproximadamente 300€) também considero ser menos natural… Um dia quem sabe, um dia mais tarde, em Bagan ou noutro canto qualquer do mundo; ou mesmo no nosso Alentejo, irei…
Há um outro templo que dá para subir e que gostei muito, é o Tayok Pyi. Está escondido e não sei bem mas muito provavelmente é um bom spot para o pôr do sol… Entretanto também tivémos a experiência de jogar cane ball com três burmas que nos convidaram a jogar. A minha companheira de viagem já havia encontrado essa informação na internet e tivemos a sorte enorme de sermos convidadas ali pelo meio dos templos.
Para finalizar esta linda odisseia pelos templos de Bagan na e-bike, passámos pelo mercado da Old Bagan, bonito (não esquecer que tudo o que tem pessoas neste país inclui lixo, muito muito lixo). Comprei chá verde burma. Veremos como será bebê-lo lá no meu mundo ocidental, numa noite fria e estrelada!
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