Um avião Boeing 777-200LR de registo português, CS-TQX, ao serviço da companhia CEIBA Intercontinental, da Guiné Equatorial, esteve apreendido no Aeroporto Internacional de Barajas/Madrid, por acção interposta pela Câmara Internacional de Comérico (ICC), entidade que medeia negociações internacionais entre partes desavindas quanto à cobrança de créditos, noticiou esta semana o portal de notícias de aviação comercial ‘ch-aviation’, sem referir datas.
A retenção do aparelho que é operado pela companhia portuguesa ‘White Airways’ ficou a dever-se a uma ordem judicial após queixa de uma empresa britânica que levou para tribunal o Governo da Guiné Equatorial devido a dívidas não satisfeitas. A ‘BTP Fitzpatrick GE Ltd’ acusa o executivo africano de não ter pago uma obra de 13 quilómetros de auto-estrada entre o Aeroporto de Malabo e a localidade de Ela Nguema, na capital do país.
O processo tem se arrastado nos tribunais mas o certo é que não está ainda completamente resolvido. O Presidente Teodoro Obiang tinha acusado, em 2005, os responsáveis da empresa britânica de actuarem como “piratas”, pois estariam atentar receber indevidamente cerca de 55 milhões de dólares do Governo da Guiné Equatorial. Mas isso em nada mudou a vontade dos britânicos em recuperar a verba que dizem estar em falta.
Uma primeira quantia de 12,2 milhões de euros já tinha sido paga, assim como a mediação da ICC neste processo. Desta vez a libertação do avião de registo português verificou-se após o pagamento de uma nova quantia que estava atrasada, mas cujo valor não foi revelado.
O Boeing 777-200LR é o único avião que a companhia tem para as suas rotas de longo curso, nomeadamente para Espanha, que no passado colonizou a Guiné Equatorial, um país africano que foi admitido este ano na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).