A construtora aeroespacial norte-americana Boeing anunciou esta semana que totalizou 1.242 milhões de dólares (cerca de 1.163 milhões de euros) de prejuízo no exercício do primeiro trimestre deste ano, mais do dobro do valor apurado no mesmo período de 2021.
A Boeing também decidiu suspender, temporariamente, a produção do modelo 777 até ao final de 2023, sendo que as primeiras unidades não devem ser entregues antes de 2025, decisão que vai provocar custos extraordinários de 1.500 milhões de dólares (1.404 milhões de euros) a partir do segundo trimestre, adiantou a fábrica de aviões em comunicado.
Entre janeiro e março, a faturação da empresa fixou-se em 13.991 milhões de dólares (13.098 milhões de euros), abaixo dos 15.217 milhões de dólares (14.245 milhões de euros) registados nos primeiros três meses de 2021.
No primeiro trimestre, no que se refere à aviação comercial, foram entregues 95 aeronaves, acima das 77 no período homólogo.
A empresa destacou ainda, no documento, o aumento das entregas das aeronaves 737 MAX, que voltaram a operar em 2020, depois de terem sido registados dois acidentes.
Adicionalmente, apresentou aos reguladores um plano de certificação com o objetivo de voltar a entregar o 787 Dreamliner, após problemas técnicos.
A guerra na Ucrânia contribuiu para os resultados da Boeing, com a empresa a suspender alguns serviços, entrega de peças e manutenção aos clientes russos, bem como as importações de titânio daquele país.
“O primeiro trimestre de 2022 trouxe novos problemas para o nosso setor […]. Estou orgulhoso da nossa equipa e dos progressos que estamos a alcançar”, afirmou, citado no mesmo documento, o presidente da empresa, Dave Calhoun. Contudo, o responsável pela gestão da construtora sublinhou que, apesar das “pressões”, a Boeing deverá gerar um fluxo de caixa positivo ainda este ano.